Não a Temer

29/05/2017 às 08h33

O verbo temer leva-nos a pensar nas inquietudes do temor, vocábulo substantivo que nos propicia a mentira ou a hipocrisia do agir. O ser humano tem tudo a temer da mentira, da maldade, da violência e da injustiça que se cometem por aí. Nas caladas da noite, ou mesmo no olhar do sol do meio-dia, há muito a temer.

Como acreditar numa mídia que atemoriza, engana e ludibria? O que esperar de um governo que tememos com temor mortal que escraviza e não se importa com os pobres? “Não vos atemorizeis”, talvez pudéssemos pressentir, se os representantes públicos fossem éticos e humanizantes com as administrações do bem comum. Assistimos, não acreditando tanto, a tanta balbúrdia e confusão mental, que já não sabemos quem fala a verdade. Com sinceridade: A TV fala a verdade? Os poderes da república têm algo de veracidade? O que será que não tem governo nem nunca terá?

Eles tratam de altas somas de dinheiro como se fosse bagatela. O dinheiro público é tratado como se fosse pessoal, particular ou dos “meus”. O ”homem” não renuncia ao óbvio do que sempre fez, que é enganar os outros, a todos, a um país inteiro, mas não à consciência que ainda deve ter um pouco de lucidez ética, ou não? As mídias e cada um puxam para seu lado, de acordo com que aspiram, sempre em função dos ganhos e benesses. Quem deveria legislar, julgar ou executar a justiça tem moral para fazê-lo? E como fica o povo nesse emaranhado de complexidades? Para que lado vai a massa sem rumo e sem sentido?

Resta o papel de quem ainda pensa, acredita ou pressupõe o sonho quimérico de que, um dia, virá a justiça desejada e a paz almejada. Mas nada se alcançará sem luta, organização e pressão social, política e consciente. “Meus inimigos estão no poder”, dizia a música. Mas quem são meus “amigos” ou quem poderia o poder para torná-lo melhor para o bem comum? Ainda dá pra sonhar em algo mais transparente e exequível ?

Nada a temer, não ao temer, ao temor e aos temores assustadores! Eles insistem em continuar a não renunciarem a si mesmos. Se eles não o fazem, que nós o façamos, renunciando a eles e tudo a todos com quem eles estão concatenados “umbiliqualmente”.


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