“Estamos há cinco meses afastados de nossa comunidade e não temos perspectiva. Casas destruídas, a capela ainda está com lama. Perdemos toda a renda, pois o gado não tem onde pastar. Após cinco meses tudo continua igual”, ressaltou Geralda Araújo, atingida da comunidade da Gesteira, em Barra Longa.
Moradores, juntamente com padres, leigos, coordenadores de pastorais, dimensões, movimentos, professores e alunos da Univesidade Federal de Ouro Preto estiveram reunidos na paróquia São José, no dia 9 de abril, para ouvir a situação dos atingidos e realizar um visita guiada pela comunidade do Morro Vermelho e a Praça da cidade.
Durante a conversa, o vigário episcopal da Região Pastoral Mariana Leste, padre Walter Jorge Pinto, disse que Barra Longa não está sozinha nesta luta. “Enquanto, Região, aguardou-se passar o primeiro momento de socorro e urgência, baixar a comoção inicial vindas de várias partes do Brasil. Agora a Igreja pode fazer chegar em muitos lugares este apelo, através da divulgação em sites, blogs, informativos paroquiais, falar claramente nas paróquias da região”, ressalta.
Entre os encaminhamentos dessa reunião ficou definido que o Conselho Regional de Pastoral vai assinar uma minuta, orientada pelo Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), que será produzido um roteiro de reflexão próprio da Região Leste e de se criar grupo de trabalho, até a Assembleia Regional, que será realizada no dia 2 de julho, tendo o MAB como parceiro.
Articulação
O MAB tem feito um trabalho permanente em Barra Longa e demais áreas atingidas com o objetivo de transformar as informações, empoderar as famílias, fortalecendo assim, o protagonismo dos atingidos.
“O canteiro de obras que virou a cidade, a desorganizou, a tumultuou, além do que já havia causado a lama. Apesar de algumas casas reformadas, as pessoas não podem voltar por causa dos quintais e da poeira das ruas. O atingido é manipulado de forma arbitraria, não há diálogo. Apesar do acordo com o governo federal não ter sido assinado pelo juiz, logo não tendo valor, a empresa o usa como argumento, dizendo que está tudo previsto lá. A empresa e que está determinando tudo em todas as fases. Reuniões como esta são muito importantes, pois podem informar de forma mais verdadeira a sociedade. A ajuda da Igreja é fundamental aqui. Estamos trazendo para Barrar Longa com a ajuda da UFOP, oficinas importantes que ajudam no processo de reconstrução da estrutura. Temos certeza que a Igreja poderá nos ajudar. Esperamos esta parceria da Igreja, com a Igreja de Barra Longa”, afirma Thiago Alves, militante do MAB.
O pároco de Barra Longa, padre Wellerson Avelino, lembra do apoia da Igreja junto ao movimento. “A Arquidiocese de Mariana abraçou o MAB como movimento de organização dos atingidos. Inicialmente a Igreja assumiu a luta e o MAB continua o processo”, disse.
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