Fomos tristemente noticiados da morte do cônego Antônio Eustáquio Barbosa, ocorrida ontem, dia 11 de abril, em Capela Nova. Ele estava feliz, junto de alguns dos irmãos, no sítio da família, em momento de confraternização, quando veio a óbito.
Sabemos, à luz da fé, que sua alegria agora se multiplica, junto de Deus, na glória dos céus. Na visão beatífica do Senhor, também junto de seus pais Amantino e Terezinha. Mas quanta dor para todos nós?
Ele nasceu há sessenta anos, no dia 12 de outubro, dia em que o Brasil celebra a sua Mãe e Padroeira. Devoto da Virgem Maria, também celebrada Senhora das Dores, padroeira de Capela Nova, cônego Eustáquio, em seus 29 anos de sacerdócio, soube, à semelhança dela, dizer SIM à missão que lhe foi confiada, tendo também padecido muitos sofrimentos. Foi sempre generoso e serviçal, amigo e pastor do povo.
Na arquidiocese serviu em muitas comunidades e cidades como Entre Rios de Minas, Mariana, Ponte Nova, Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Carandaí, Alto Rio Doce e Barbacena. Há um tempo, diante das necessidades da Igreja e da solicitação de dom Luciano, aceitou trabalhar, na função de reitor, no Seminário Regional em Goiânia. Também, orientou, por muitos anos os casais, muito preocupado com o bem das famílias.
Tenho grata recordação deste irmão mais velho no ministério. No dia de sua ordenação sacerdotal, meu pai era sepultado em Barbacena. Na sua ida para Goiânia, dom Luciano pediu-me que auxiliasse o irmão padre Geraldo Barbosa, em Entre Rios de Minas. Antes, havia convivido no seminário, por 11 anos, com o outro irmão seu, o padre Paulo Barbosa.
Nossas vidas, em todos esses anos, se fizeram muito interligadas. Foram momentos bons e tristes, compartilhados de um modo fraterno e solidário. Ele sempre muito cuidadoso, sempre perto, com uma palavra de ânimo e de esperança em Deus.
Sua família, à qual me sinto muito unido, é uma família de fé, de gente simples, lutadora e muito unida. Deus os premiou com três sacerdotes, agora chama um para ficar mais pertinho d’Ele. “Eustáquio, servo bom e fiel, vem pra casa do teu Senhor… vou te confiar muito mais”. Nós o entregamos com dor e esperança cristã. Mais do que nunca, fazemos hoje, a experiência viva da ressurreição. Na vitória do Cristo, somos todos vitoriosos. A vida venceu a morte.
Era um homem de fé, como lembrou, padre Paulinho, na missa em Barbacena. Tinha a alegria de celebrar a Eucaristia todos os dias, de rezar o terço e a liturgia das horas. Era um comunicador nato, incansável na pregação do evangelho. Zeloso com os trabalhos da Igreja, ele estava sempre pronto para orientar os fiéis, celebrar os sacramentos, visitar os doentes.
Assim ele viveu, feliz por servir ao Senhor no ministério ordenado. Qual Santo Antônio, de quem, por homenagem, recebeu o nome, foi um pregoeiro incansável do evangelho. Devoto da Virgem Maria e de São José, nunca perdeu a paz interior, em meio às agitações próprias da vida e soube fazer de sua vida um serviço amoroso ao povo que lhe foi confiado.
Descansa em paz, meu irmão. A uma criança que na missa da manhã em Ouro Preto me perguntou o que aconteceu com o padre que morreu, eu disse prontamente: Ele foi para o céu e nós rezamos agradecendo sua vida e sua missão entre nós.
Pe. Marcelo Moreira Santiago