Meio Ambiente e a Laudato Si’ foram as temáticas estudadas na primeira reunião do ano da Província Eclesiástica de Mariana realizada nessa quarta-feira, 27 de abril, no Centro Regional de Pastoral Mariana Leste, em Ponte Nova. O assunto foi apresentando pelo padre Nelito Dornelas, da diocese de Governador Valadares, após sua fala, os presentes puderam discutir sobre a questão e a atual situação das dioceses.
“A Encíclica do Papa Francisco é uma encíclica que veio para ficar, assim como todos os documentos da Igreja. Esse documento tem a sua relevância por causa das questões que nós estamos vivendo na bacia do Rio Doce, a partir do crime socioambiental do dia 5 de novembro 2015. Ela coloca aqueles desafios, do cuidado com a casa comum, que nós não cuidados o suficientemente, no sentido de fazer enfrentamentos, naquilo que refere-se não somente a nossa participação particular, mas nas questões políticas. A Laudato Si’ coloca que nós temos que ter leis eficazes que garantem a proteção do meio ambiente. Então essa questão, hoje, para a bacia do Rio Doce coloca isso como um ponto, que nós temos que ajudar inclusive a construir o código da mineração, para que tenha leis mais rigorosas”, disse padre Nelito.
Para o arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, a Encíclica aponta caminhos, para que todos se tornem nos verdadeiramente corresponsáveis na preservação, não só meio ambiente mas também a preservação da vida e dos direitos da pessoa.
“A Encíclica do Papa Francisco sobre a casas comum, isto é, o nosso planeta terra, que se inicia com as palavras do cântico das criaturas, elaborado por São Francisco de Assis, se chama por isso Laudato Si’, Louvado Sejas o Meu Senhor, traz-nos para o momento em que nós estamos vivendo, sobretudo no contexto da Arquidiocese de Mariana e das outras diocese que integram essa província Eclesiástica. A tragédia alcançou toda essa nossa região e até ultrapassou os nossos limites, atingido também o estado do Espírito Santo, na região da diocese de Colatina. Essa tragédia, de consequências incalculáveis, traz um grande prejuízo ambiental, além das vidas humanas ceivadas, a vida de animais que foram carregados pela lama, a vida que se estendem as margens do Rio Doce, atingindo os povos ribeirinhos, agricultores, comunidades indígenas, pescadores, cidades de médio porte e cidades grandes, chegando até o oceano atlântico, em uma área de reprodução das especies. Tudo isso nos leva a buscar na encíclica do Papa Francisco uma iluminação para que possamos superar um momento tão difícil como esse e para que isso não venha se repetir”, afirma.
Comissão de Meio Ambiente
A realidade da comissão de meio ambiente da Província, também, foi apresentada durante a reunião. Compostas por padre e leigos das quatro dioceses, a comissão tem o objetivo de discutir questões ligadas ao meio ambiente. O próximo passo e a consolidação das comissões nas dioceses, nomes de lideranças paras as equipes já estão sendo levantados e apresentados.
“A solidificação da comissão de meio ambiente da província nos da essa esperança de que as nossas dioceses terão um caminho muito positivo e que fará a diferença ao pensar a nossa ação ao meio ambiente”, afirma o coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Geraldo Martins.
Romaria das Águas e da Terra
Outro ponto contemplado na pauta foi a Romaria das Águas e da Terra da Bacia do Rio Doce, que será realizada no dia 5 de junho, em Resplendor (MG). Essa Romaria foi pedida pelos participantes da reunião da Província Eclesiástica de Mariana no dia 22 de dezembro de 2015 e confirmada no Seminário da Bacia do Rio Doce, promovido em Mariana, no mês de Março.
Ao longo da Romaria, os participantes vão refletis sobre temática “Bacia do Rio Doce, Nossa Casa Comum” e o lema “Corresponsabilidade de todos frentes à vida ameaçada”, além de lembrar a tragédia com o rompimento da barragem de Fundão.
Próxima reunião
A próxima reunião da província será realizada em setembro, na diocese de Carantiga. Ela terá como tema o novo documento da CNBB, Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. “A reunião foi um momento muito importante de partilha, pois nossas dioceses, cada uma com sua caracteriza própria caminham em uma sintonia bem grande e nós nos alegramos em ver o dinamismo pastoral de cada dioceses, a atuação dos bispos, dos padres, dos leigos”, avalia Dom Geraldo.