Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho*
A Páscoa é o maior dia do ano para os que crêem cem Cristo. É que neste dia grandioso acontecimento glorioso se cumpriu na história da humanidade. O homem tomava nova rota. Cristo tornava-se o chefe visível de uma raça que se refazia nele e por Ele. Ele era, realmente, o novo Adão. Maravilhosas e inefáveis as palavras que caem suaves de seus lábios dirigidas a cada um de nós: “Eu ressuscitei e estou contigo”. A presença espiritual e vivificante de Cristo é a grande e magnífica realidade da fúlgida existência da Igreja e dos cristãos. Ele é a nossa vida. No dia venturoso do batismo ressuscitamos com Ele para uma existência inteiramente nova. O Pai celeste afixava então em nós a imagem gloriosa do divino Ressuscitado e nossa é a tarefa de apurar a semelhança com o modelo divino.
Páscoa com os grandes triunfos de Cristo é todo um magnífico programa de vida que se reflete venturosamente na eternidade. Jesus supera com glória a morte, vence com poder o Príncipe das trevas, triunfa com grandeza sobre o pecado.
Por entre a celestial harmonia que nesta data envolve a cristandade jubilosa, brilha a certeza fagueira da projeção do magno triunfo de Cristo. Triunfo da Igreja, que firme nas promessas de imortalidade que fulgem do túmulo glorioso de seu Fundador, continuará a semear a verdade e o bem nas almas sequiosas de felicidade, jamais transigindo nem com as imposições da força bruta, nem com a sedução insidiosa do poder. Ela estará sempre fiel à sua missão sagrada, à sua tarefa sublime, à sua obra sobre-humana de iluminar as consciências e pacificar os corações.
Triunfo de cada cristão, porque a vitória do Mestre é uma libertação não só do sepulcro no jardim vizinho do Calvário, mas também de todo o túmulo humano no qual depositamos os despojos de nossos males para um dia percebermos a glória da própria ressurreição cujo penhor é a que hoje contemplamos.
Canto épico de toda a humanidade que alça, além, fronteiras terrenas seus sonhos dourados de liberdade, vendo-os revestidos de realidade e anelando pelo dia de sua posse junto ao Mestre vitorioso.
Júbilo íntimo de cada coração que vislumbra o Mestre glorificado a lhe ofertar a sua dádiva específica de Páscoa, ou seja, a paz, oásis maravilhoso no meio do deserto da vida, ilha encantada que todos os navegantes procuram e que os náufragos na hora do mar tempestuoso febrilmente buscam neste anseio profundo, vital, recrescentíssimo de felicidade, serenidade e eutimia.
Ondas de alegrias inundam a cidade de Deus. A melodia sublime que nas horas festivas do dia da Páscoa percorre os ares e penetra no íntimo de cada ser é a melodia de vida, de amor, de otimismo, de alvissareiro contentamento. Estão elas, de fato, iluminadas pela certeza de que para os que amam a verdade, para o cristão autêntico, para o justo, para o amigo de Deus, para o pecador arrependido, os resplendores do sepulcro de Cristo envolverão também o seu túmulo. Nascemos, realmente, para morrer, mas morreremos um dia para viver eternamente junto do Ser Supremo.
O triunfo de Jesus é o grande sinal, sinal de nossa ressurreição e de uma imortalidade banhada perenemente pela felicidade mais inefável.Entoemos, portanto festivamente o hino de louvor ao Redentor vitorioso, repetindo com toda a Igreja em festas Alleluia, Alleluia, Alleluia, Cristo Ressuscitou, Cristo Ressuscitou!
* Professor do Seminário de Mariana