O Papa Francisco chegou ao Quênia, nesta quarta-feira, 25 de novembro, primeira etapa de sua 11ª viagem apostólica internacional. Francisco foi acolhido com danças tradicionais, cantos modernos e muitos trajes coloridos.
A seguir, o Pontífice se dirigiu para a State House de Nairóbi para a cerimônia de boas-vindas e ali foi acolhido pelo Presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta. Depois da execução dos hinos, honras militares e a apresentação das respectivas delegações, o Papa Francisco entrou no Palácio Presidencial para as saudações oficiais.
Após assinar o Livro de Ouro, o Papa foi ao escritório presidencial para um encontro privado. Contemporaneamente, se realizou o encontro bilateral entre as delegações vaticana e queniana no qual estavam presentes o Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, Cardeal Fernando Filoni, Cardeal Peter Turkson, o Arcebispo de Nairóbi, Cardeal John Njue, o Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, Dom Angelo Becciu, e os arcebispos Balvo e Anyolo.
No final do encontro entre o Papa e Uhuru Kenyatta a família do presidente entrou no escritório onde se realizou a troca de dons.
Religião “Jamais seja usada para justificar ódio e violência”
Na Nunciatura de Nairóbi, aonde passou a noite, o Papa presidiu na manhã desta quinta-feira, 26 de novembro, um Encontro Ecumênico e Inter-religioso, com a presença de líderes das diferentes confissões cristãs (anglicana, evangélica, metodista, pentecostal e outras) e das diversas crenças religiosas professadas no país. Também participaram algumas personalidades civis engajadas na promoção do diálogo inter-religioso.
Em seu discurso, Francisco advertiu que a religião “jamais deve ser usada para justificar o ódio e a violência” e lamentou que muitas vezes, “os jovens se tornam extremistas em nome da religião para semear discórdia e terror, para dilacerar o tecido das nossas sociedades”.
O Pontífice ressaltou, por outro lado, a importância do diálogo “neste mundo tão ferido por conflitos e divisões”. A este respeito, recordou os quatro atentados mais graves ocorridos no Quênia nos últimos quatro anos, cometidos pelo grupo jihadista Al Shabab: o ataque ao centro comercial de Westgate (com 67 mortos), os dois na cidade de Mandera (com 64 mortos) e o massacre na Universidade de Garissa (que deixou 148 mortos).
Segundo Francisco, o diálogo ecumênico e inter-religioso “não é um luxo, nem algo exterior ou opcional”, mas algo de que “nosso mundo tem cada vez mais necessidade”.
“Num mundo cada vez mais interdependente, vemos sempre mais claramente a necessidade da compreensão inter-religiosa, da amizade e da cooperação na defesa da dignidade e o seu direito de viver em liberdade e felicidade”.
Neste sentido, lembrou que este ano, “se comemora o cinquentenário do encerramento do Concílio Vaticano II, no qual a Igreja Católica se comprometeu no diálogo ecumênico e inter-religioso ao serviço da compreensão e da amizade”.
Depois deste Encontro, o Papa presidiu uma missa na Universidade de Nairóbi, aonde os fiéis já o aguardavam desde a madrugada.
Fonte: Rádio Vaticano