O Papa Francisco visitou no último sábado, 16 de abril a ilha grega de Lesbos. O primeiro compromisso de Francisco, em Lesbos, foi a visita ao campo de refugiados de Mòria, onde cumprimentou 150 menores e 250 pessoas que pedem asilo político. O encontro foi marcado pelas súplicas de alguns refugiados ao encontrarem os líderes religiosos.
Em seu discurso aos migrantes, o Papa expressou sua alegria por estar ali e reafirmou sua solidariedade para com os migrantes. “Hoje quis estar aqui com vocês. Quero dizer-lhes que não estão sozinhos. Ao longo destes meses e semanas, vocês sofreram inúmeras tribulações à busca de uma vida melhor. Muitos se sentiram obrigados a fugir de situações de conflito e perseguição, sobretudo por amor aos seus filhos pequeninos. Suportaram grandes sacrifícios por amor das suas famílias; sentiram a amargura de deixar todos os seus bens, sem saber qual o destino que lhes aguarda”, disse o Pontífice.
“Vim aqui com meus irmãos, o Patriarca Bartolomeu I e o Arcebispo Hieronymos II, para estar com vocês e ouvir seus dramas. Viemos para chamar a atenção do mundo para esta grave crise humanitária e solicitar uma resolução”, disse Francisco. “Como pessoas de fé, queremos unir nossas vozes para falar abertamente em nome de vocês, esperando que o mundo preste atenção a estas situações trágicas e as resolva de modo digno”, continuou.
Muitos, afirmou o Pontífice, aproveitam de tais tribulações, mas outros tentam ajudar com generosidade. E deixou a seguinte mensagem aos refugiados: “Não percam a esperança! O maior dom que podemos dar uns aos outros é o amor; um olhar misericordioso; a solicitude de ouvirmos e compreendermos; uma palavra de encorajamento; uma oração. Oxalá possam partilhar este dom uns com os outros”.
O Santo Padre recordou o episódio do Bom Samaritano, uma parábola alusiva à misericórdia de Deus, destinada a todos. Ele é Misericordioso! E concluiu:“Que todos os nossos irmãos e irmãs, neste continente, possam – à semelhança do Bom Samaritano – ir ao seu auxílio, animados por aquele espírito de fraternidade, solidariedade e respeito pela dignidade humana, que caracterizou a sua longa história. Queridos amigos, que Deus os abençoe, especialmente as crianças, os idosos e os que sofrem no corpo e no espírito. Sobre vocês e quem os acompanha, invoco os dons divinos da fortaleza e da paz”.
Após o discurso, foi assinada uma Declaração Conjunta entre Francisco, o Patriarca Bartolomeu I e o Arcebispo Hieronymos II.
O avião papal decolou do aeroporto de Mitilene em direção a Roma levando a bordo, 3 famílias de refugiados sírios, 12 pessoas no total, dentre as quais 6 menores, todos muçulmanos.
“O Papa quis realizar um gesto de acolhida em relação aos refugiados. São pessoas que já estavam em Lesbos antes do acordo entre a União Europeia e a Turquia”, precisou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi.
Fonte: Rádio Vaticano