Quarta-feira, 01 de Junho de 2016
Em meio a milhares de pessoas que participavam do Jubileu de Bom Jesus de Matozinhos e da festa em comemoração ao Dia da Independência do Brasil, um grupo caminhou da Matriz de Nossa Senhora da Conceição à Basílica do Senhor Bom Jesus carregando faixas, cantando e reivindicando maior participação popular e melhor qualidade nos serviços públicos do País. Era o Grito dos Excluídos 2014, promovido pela Arquidiocese de Mariana, em parceria com representantes de diferentes instituições ligadas a movimentos sociais.
Com o tema “Ocupar ruas e praças por liberdade de direitos”, o 20º Grito dos Excluídos refletiu, entre outras coisas, sobre a ampliação verdadeira da democracia. Segundo o coordenador da Dimensão Sócio-política da Arquidiocese de Mariana, Padre Marcelo Santiago, a participação de todos é primordial para a construção de um Brasil mais justo. “Sonhamos um projeto popular para o Brasil que coloque a vida em primeiro lugar e que favoreça a construção da sociedade do bem viver. É isto que nos move a celebrar o 20º Grito dos Excluídos. Não podemos assistir das arquibancadas o desenrolar desse jogo. Temos que entrar em campo, fazer a diferença, participar de forma patriótica, ativa e cidadã, das decisões sobre um futuro justo, solidário, sustentável e fraterno para o Brasil e sua gente”, afirmou Padre Marcelo.
O ato contou com três momentos de reflexão, onde foram tratados os temas “Participação Popular e Direito à Dignidade”, “Moradia Popular e Meio Ambiente” e “Extermínio contra a Juventude, sobretudo do negro, violência contra a mulher e trabalho escravo”. Ainda segundo Padre Marcelo Santiago, a fé nos move à cidadania. “O Papa Francisco fala que uma fé autêntica comporta sempre um desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela. Unamos, então, as nossas forças para defender a vida humana em todas as suas dimensões”, destacou o padre.
Ao final da caminhada, uma celebração presidida pelo Arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, marcou o encontro entre os romeiros e os manifestantes, que rezaram juntos em frente à Basílica do Senhor Bom Jesus. Durante a celebração, Dom Geraldo disse que em Jesus Cristo celebramos nossas conquistas. “A palavra final é vitória, é vida, é ressurreição. Não é falta de liberdade e desrespeito aos direitos e à dignidade do ser humano. Em Cristo celebramos as nossa conquistas que são sinais de vida presentes em nossa história”, afirmou Dom Geraldo.
Jubileu de Bom Jesus
Milhares de peregrinos e romeiros são esperados para participarem do Jubileu de Bom Jesus do Matozinhos, em Congonhas, que teve início no domingo, dia 7 de setembro e segue até o dia 14. A festa, que ocorre há 233 anos, atrai fiéis de todas as partes à Basílica do Senhor do Bom Jesus e ao complexo histórico construído na segunda metade do século XVIII. O sítio histórico guarda as principais obras do mestre Aleijadinho, sendo 12 profetas de pedra sabão e 64 esculturas em cedro que narram os passos da Paixão de Cristo.
