Entre os dias 9 e 12 de julho, Belo Horizonte recebe o 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas. Com o objetivo de ajudar os seminaristas no discernimento vocacional e explorar o tema das missões na Igreja, o Congresso tem entre seus organizadores, o seminarista, João Luiz da Silva, que cursa Filosofia no Seminário São José, em Mariana e é, também, coordenador dos Conselhos Missionários de Seminaristas, os COMISEs, da Regional Leste 2 (Minas Gerais e Espírito Santo) da CNBB.
O Departamento Arquidiocesano de Comunicação (Dacom), realizou uma entrevista com o seminarista que explicou melhor o papel dos conselhos missionários na Arquidiocese e ainda falou sobre o evento, sediado no campus da PUC Minas.
DACOM – Como funciona o Conselho Missionário de Seminaristas da Arquidiocese de Mariana?
SEMINARISTA – O principal objetivo do COMISE é auxiliar nossos formadores na dimensão missionária do seminário. Proporcionar uma sólida espiritualidade e formação missionária capaz de enfrentar os desafios da missão universal da Igreja. Nosso COMISE é organizado por uma equipe de seminaristas, que são responsáveis pela articulação e animação da missão dentro do seminário. Atualmente é composto por 11 seminaristas entre filósofos e teólogos, e nos reunimos mensalmente. Nossas iniciativas são muitas, entre elas: Organizamos encontros periódicos com os membros do Comise para refletirmos e estudarmos temas de espiritualidade e formação missionária; convidamos missionários da arquidiocese, que estão em missão além fronteiras, para partilharem suas experiências em nossas casas de formação; sempre que possível participamos de cursos, formações (Formises), eventos e congressos missionários, regionais e nacionais com o apoio e incentivo dos nossos formadores; todos os anos diversos seminaristas são enviados pelo seminário para experiências missionárias dentro e fora da diocese. Organizamos também em nosso seminário noites de espiritualidade missionária e incentivamos o estudo sobre a Campanha Missionária das POM (Pontifícias obras Missionárias).
DACOM – É o Comise que decide quais serão as missões dos grupos missionários na Arquidiocese?
SEMINARISTA – O COMISE é um organismo vinculado ao Seminário Arquidiocesano São José, e se propõe em ajudar na dimensão missionária dos futuros presbítero, isto é, criamos em nossas casas de formação uma bonita convivência entre formandos e formadores, sempre com o desejo de nos formarmos discípulos missionários de Jesus Cristo a serviço do Reino. Portanto, o COMISE tem o cuidado de articular junto com os formadores missões que envolvam os seminaristas em diversas realidades da nossa arquidiocese e nas missões além fronteiras.
DACOM – Quantos grupos missionários nossa Arquidiocese tem?
SEMINARISTA – Nossa Arquidiocese é um celeiro de vocações missionárias e é por isso que ela possui algumas frentes missionárias, como por exemplo o COMISE (Conselho Missionário de Seminaristas), o COMIDI (Conselho Missionário Diocesano), os COMIPAs (Conselhos Missionários Paroquiais), a IAM (Infância e Adolescência Missionária), as congregações religiosas missionárias; e a JM (Juventude Missionária) que está sendo implantada em nossas terras marianas.
DACOM – O Congresso será voltado apenas para seminaristas, certo? Mas quem pode ser um missionário?
SEMINARISTA – O Congresso que estamos organizando é sim voltado para seminaristas, queremos oferecer uma reflexão aos seminaristas de todo o Brasil para que o amor pela missão universal seja uma realidade no coração dos futuros presbíteros. Ainda há muitas comunidades, paróquias e dioceses no Brasil e no mundo, que necessitam de maior número de sacerdotes. Muitas paróquias ainda não tem um pároco, e isso é muito triste! Por isso, devemos ter consciência de que devemos ser padres para atendermos as necessidades da Igreja, seja dentro ou fora dos territórios da diocese de origem. O próprio Cristo nos exorta: “Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.” Mc 16, 15. Por isso, todos nós devemos assumir o nosso discipulado missionários, papa, bispos, padres, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas, leigos e leigas, pois, aonde o padre não vai, o missionário leigo vai e realiza um bonito trabalho de evangelização.
DACOM – Para você, qual o principal legado que as missões e, portanto, os missionários tem ao ir a campo?
SEMINARISTA – Creio que quando somos enviados em missão temos um grande compromisso, anunciar Jesus Cristo! Como? Amando os irmãos e irmãs, respeitando sua cultura, seus costumes, sobretudo testemunhando, com a própria vida, o evangelho. Ser um missionário é, sem dúvidas, imitar Jesus Cristo, especialmente dando atenção aos mais pobres. Devemos ver na pessoa do irmão empobrecido o próprio Cristo vivo no meio de nós!