Cerca de 150 pessoas, dos mais diversos movimentos e entidades, estarão participando, ao longo dessa semana, de 11 a 16 de abril, da Caravana Territorial da Bacia do Rio Doce, podendo assim desenvolver um um novo olhar sobre a região que foi atingida pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015.
A Caravana está divida em quatro rotas. O grupo que saiu de Mariana, iniciou na manhã dessa segunda-feira, 11 de abril, os trabalhos com um ato público na praça Minas Gerais. Em seguida, eles seguiram para Catas Altas, passando pelo Complexo de Mineração Mariana, pela MG129, distrito de Antônio Pereira, vista da Barragem Germano e do Complexo de Mineração Alegria.
Os participantes puderam ver, também, os impactos da mineração e conheceram um pouco da história local, em uma caminha pelo Morro da Água Quente. As atividades do dia foram encerradas com uma roda de conversa sobre a luta das mulheres na mineração, onde relatos sobre a realidade da comunidade foram contados.
Cerca de 32 pessoas fazem parte da rota 1. Segundo Gilmar de Souza, da Escola Família Agrícola, em vários momentos o público da caravana cresci, pois em cada lugar ela tem uma articulação local. “Esse é um momento que as forças que querem contribuir com a sociedade, a vida e o meio ambiente se unirem e conhecer de forma mais profunda os problemas e os pontos positivos, para podermos anunciar aquilo que nos da força para resistir e mostrar que é possível melhorar”, afirma.
Programação
A equipe vai visitar, nesta terça-feira, 12 de abril, as comunidades atingidas de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Pedras, onde vão encontrar alguns atingidos. Uma roda de conversa sobre a agroecologia e criação de gado em pequena escala para produção de laticínios, como alternativas de trabalho à mineração nesta região e um momento na casa dos dois moradores remanescentes, que tiveram suas criações e hortas agroecológicas destruídas pela lama da barragem, também fazem parte da programação.
Nos dias 15 e 16, todas as quatro rotas estarão reunidas em Governador Valadares (MG) para a culminância do encontro. Momento aberto à participação de todos interessados onde serão sistematizadas e apresentadas as experiências visitadas, realizados os debates políticos sobre mineração, desenvolvimento e água, além dos atos públicos.
A Caravana
Essa caravana tem o objetivo de construir convergências, agregar e mobilizar forças da sociedade civil organizada e articular leituras populares e críticas sobre as causas e consequências da tragédia. Mais de 40 organizações da sociedade civil fazem parte da organização e a Arquidiocese de Mariana é uma das apoiadores.
Além de mobilizar e registrar denúncias das violações de direitos das comunidades atingidas, a Caravana vai anunciar alternativas que avancem na recuperação socioambiental da região, e apontem para o fortalecimento de atividades produtivas e econômicas mais sustentáveis, solidárias e saudáveis, como a agricultura familiar, camponesa e agroecológica.