Pensando no futuro da Bacia do Rio Doce os participantes do Seminário das Dioceses da Bacia do Rio Doce, realizado entre os dias 4 a 6 de março, em Mariana, resolveram criar um Fórum Permanente da Bacia, com a responsabilidade de viabilizar as propostas apresentadas no encontro.
Entre as ações sugeridas destacam-se organizar no dia 5 de cada mês atividades, em cada localidade, que façam memória da tragédia do 5 de novembro, participar da Romaria das Águas e da Terra, no dia 5 de junho, em Resplendor, e a partir desta promover Romarias simultâneas nas paróquias da Bacia e Foz do Rio Doce, utilizar mecanismos de comunicação que circulem por toda bacia do Rio Doce, a fim de divulgar as ações do fórum e os acontecimentos em todo território, assegurar a participação das populações atingidas nas definições e construção da nova Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo que deverá ser organizada seguindo as referencias culturais das comunidades e critérios de sustentabilidade, entre outras questões.
Para o assessor da dimensão sociopolítica, padre Marcelo Santiago, o seminário foi muito rico. “Entre as suas iniciativas está a composição de uma carta de Mariana onde fazemos um histórico do desdobramento de tudo o que se deu depois do rompimento da barragem de Fundão e ao mesmo tempo compreendemos, diante das situações dadas, todas as situações de constatação de que realmente essa tragédia é um crime sócio ambiental, que tem consequências ainda incalculáveis e que nos faz olhar para essa realidade sem bem saber dos seus desdobramentos, mas na certeza de que a nível da nossa bacia do Rio Doce é preciso constituir um Fórum Permanente dessa bacia, para viabilizar uma série de propostas que foram apresentadas, votadas e aprovadas nesse seminário, sobretudo destacar iniciativas que nos fazem lutar e trabalhar pela aprovação de um marco regulatório da mineração, que promova os direitos dos atingidos”, explica.
Esse Seminário, promovido pela comissão de Meio Ambiente da Província Eclesiástica de Mariana e que reuniu cerca de 100 pessoas, teve como objetivo foi discutir as consequências da tragédia da mineradora Samarco (Vale, BHP Billiton), provocada pelo rompimento da barragem de Fundão, no município de Mariana, no dia 5 de novembro de 2015.
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