O chamado à plenitude do ministério ordenado exige uma fiel resposta de amor. Como São Pedro, o bispo é enviado a pastorear no amor (Jo 21,17). Este amor, como afirma o Apóstolo Paulo, nos impele a servir doando generosamente a vida em favor dos irmãos e irmãs. A centralidade deste amor está no mistério da cruz, pois nela “Cristo morreu por todos para que os que vivem já não vivam para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Cor 5,15). A vida ganha nova luz quando é doada e, por essa razão, capaz de iluminar o mundo (Mt 5,13). Como afirma o Decreto Christus Dominus sobre o múnus pastoral dos Bispos na Igreja, o Bispo deve estar “preparado para toda a boa obra” (2 Tm 2,21), “suportando tudo por amor dos eleitos” (2 Tm 2,10), orientando sua vida de maneira que ela corresponda às necessidades dos tempos. (CD 16) Como exorta o Papa Francisco, “Bem-aventurado o Bispo que trabalha pela paz, que acompanha os caminhos da reconciliação, que semeia no seio do presbitério a semente da comunhão, que acompanha uma sociedade dividida no caminho da reconciliação, que leva todo homem e mulher de boa vontade pela mão para construir a fraternidade: Deus o reconhecerá como seu filho.” Assim, o bispo é chamado a promover o ministério da reconciliação, do amor e da comunhão na Igreja particular.
1) O Sol com a cruz grega cravada ao centro revela a centralidade daquele que é a Luz do mundo (Jo 8,12), que se entregou por amor na cruz (Jo 19,30) e que iluminou e transformou a vida de Paulo no caminho de Damasco (At 9,3). É daqui que tudo parte e para onde tudo se orienta na vida do bispo: o luminoso amor que se deu até a morte na cruz e que, ressuscitado, nos impele a fazer o mesmo. Doar a vida por inteiro no serviço do Evangelho.
2) À esquerda, abaixo do sol, a flor de liz. Convicto da intercessão e proteção da Virgem Maria, a Senhora da Conceição, serva fiel, o bispo confia a ela o seu ministério e a vida de sua Igreja Particular. Ela, que é a Rainha dos Apóstolos e a Mãe da Igreja, é também modelo de discípula atenta à Palavra de Deus. Como recorda a Pastores Gregis: “o Bispo encontrará na santa Mãe de Deus uma mestra na escuta e cumprimento solícito da Palavra de Deus, no discipulado fiel ao único Mestre, na firmeza da fé, na esperança jubilosa e na ardente caridade”.
3) À direita, ao lado da flor de liz, a palavra de Deus perpassada pela espada. Evoca o Apóstolo Paulo, grande missionário e construtor de comunidades eclesiais. Na força da Palavra e no testemunho de vida, o bispo jamais poderá abandonar a pregação da Palavra de Deus (At 6,2). É por meio dela que ele é chamado por Deus a confirmar os irmãos na fé.
4) Abaixo, as montanhas em ouro evocam as origens do bispo: Ouro Preto-MG, cidade pertencente à Arquidiocese de Mariana, a primaz do Estado de Minas Gerais.
5) O chapéu e as franjas são símbolos da dignidade episcopal entendida como serviço à comunidade diocesana, da qual o bispo é pastor. Lembra Jesus Cristo, cabeça da Igreja, seus 12 apóstolos, a sucessão e a colegialidade dos bispos com o Papa.
6) Concluído o escudo temos o lema do bispo: o modo com o qual ele deseja servir a Cristo por meio do ministério que lhe é confiado.
Nomeado pelo Papa Francisco em 27 de outubro, a ordenação episcopal do Monsenhor Lauro será no dia 25 de janeiro de 2022, às 10h, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Viçosa (MG). Devido às medidas de prevenção à Covid-19, a participação presencial será restrita. Os fiéis poderão acompanhar através do canal do YouTube da Arquidiocese de Mariana.
Texto: Pe. Patriky Samuel Batista e Camilo Alves Luís