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, 08 de julho de 2024

Igreja Particular de Mariana celebra 116 anos de elevação à Arquidiocese

01 de maio de 2022 Arquidiocese

Neste domingo, 01 de maio, a Igreja Particular de Mariana celebra 116 anos de sua elevação à Arquidiocese. O fato foi importante, pois marcou também a criação da primeira Província Eclesiástica em Minas Gerais. 

Histórico

O ano era de 1906, quando, em 1° de maio, São Pio X, à época Papa, elevou a Diocese de Mariana, juntamente com o bispado de Belém do Pará, à Arquidiocese por meio do documento pontifício “Sempiternam Humani Generis”. A partir daquele momento, e após 160 anos, a Igreja Primacial de Minas Gerais se tornava sede metropolitana da Província Eclesiástica de Mariana, a primeira do estado.

“Para nós, é uma alegria muito grande celebrar este importante fato histórico para a Arquidiocese de Mariana, para o estado de Minas Gerais e para o país, o Evangelho com a sua mensagem e isso, para nós, é uma grande riqueza”, pontua o Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos. 

De Diocese a Arquidiocese

Apesar de serem 116 anos como Arquidiocese, a história de evangelização e devoção desta Igreja Particular é quase tricentenária. Isso porque, como ressalta Dom Airton, no contexto histórico de 1745, quando foram criadas pela bula “Candor lucis aeternae” do Papa Bento XIV, as Dioceses de Mariana e São Paulo, eram as únicas que estavam localizadas no interior do território brasileiro. 

Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção de Mariana

Em artigo publicado pela Revista de Filosofia Inconfidentia, no ano de 2019, o Arcebispo Emérito de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, explicou que como a colonização portuguesa se iniciou no litoral, nessa região foram estabelecidas as primeiras Dioceses: São Salvador da Bahia (1555), São Sebastião do Rio de Janeiro (1676), Olinda (1676), São Luís do Maranhão (1677) e Belém do Pará (1719). 

Até então, as paróquias e comunidades da Igreja Particular de Mariana davam obediência à Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Por muitos anos, a Igreja Primacial de Minas Gerais compreendia um extenso território mineiro, correspondendo, conforme informações do Guia Geral da Arquidiocese de Mariana (2016-2017), às regiões centro e sudeste mineiras, que eram habitadas à época. “Nós temos, nesse período, um desenvolvimento enorme da Arquidiocese de Mariana”, destaca Dom Airton.

Arquidiocese Mãe

A partir do desmembramento territorial da Igreja Particular de Mariana, seja de forma total ou parcial, várias outras foram criadas: as Arquidioceses de Diamantina (1854), Pouso Alegre (1900), Belo Horizonte (1921) e Juiz de Fora (1924), e as Dioceses de Campanha (1907), Caratinga (1915), Luz (1918), Leopoldina (1942), São João del-Rei (1960) e Itabira-Coronel Fabriciano (1965). Atualmente, a Província Eclesiástica de Mariana é composta por outras três Dioceses: Caratinga, Itabira-Coronel Fabriciano e Governador Valadares.

Diocese x Arquidiocese 

Segundo o Código de Direito Canônico, no Cân. 369, Diocese é a porção do Povo de Deus confiada ao pastoreio do Bispo com a cooperação do presbitério. 

Já a Arquidiocese, apesar de atuar da mesma forma que uma Diocese, se diferencia por reunir em torno de si outras Igrejas Particulares, normalmente, menores e mais novas, chamadas de sufragâneas. Juntas, constituem uma Província Eclesiástica que, conforme o Cân. 431, tem como objetivo promover uma ação pastoral comum às Dioceses vizinhas. Normalmente, o título de Arquidiocese é atribuído às Igrejas Particulares mais importantes devido a sua antiguidade ou ao seu tamanho.

* Texto originalmente publicado na edição nº 317 do Jornal Pastoral