A fundação Pontifícia ACN – Ajuda à Igreja que Sofre – lançou na terça-feira, 22 de novembro, a edição atualizada do “Relatório Perseguidos mas não Esquecidos: 2020-22”, um levantamento sobre os cristãos oprimidos por sua fé nos últimos dois anos.
O relatório inclui informações da ACN e de fontes locais, com testemunhos exclusivos, compilações de incidentes, estudos de caso e análises de países sobre até que ponto os cristãos são alvo de perseguição.
“Perseguidos mas não Esquecidos: 2020-22” aponta que em 75% dos 24 países pesquisados, a opressão ou perseguição aos cristãos aumentou.
A África viu um aumento acentuado na violência terrorista de militantes não estatais – com mais de 7.600 cristãos nigerianos supostamente assassinados entre janeiro de 2021 e junho de 2022.
Em maio de 2022, um vídeo foi divulgado e mostrou 20 cristãos nigerianos sendo executados pelo grupo terrorista islamista Boko Haram / ISWAP.
Na Ásia, o autoritarismo estatal levou ao agravamento da opressão. O levantamento mostra a Coreia do Norte como o pior país no continente, onde a crença e a prática religiosa são rotineira e sistematicamente reprimidas.
O nacionalismo religioso desencadeou uma crescente violência contra os cristãos na região, com grupos nacionalistas budistas cingaleses e hindus cingaleses ativos na Índia e no Sri Lanka, respectivamente. As autoridades prenderam fiéis e interromperam os cultos da Igreja.
A Índia registrou 710 incidentes de violência anticristã entre janeiro de 2021 e o início de junho de 2022, impulsionados em parte pelo extremismo político.
Durante um comício em massa em Chhattisgarh, em outubro de 2021, membros do partido Bharatiya Janata (BJP) aplaudiram quando o líder religioso hindu de direita Swami Parmatmanand pediu que os cristãos fossem mortos.
O estudo constatou que, no Oriente Médio, uma crise migratória ameaça a sobrevivência de algumas das comunidades cristãs mais antigas do mundo.
Na Síria, os cristãos despencaram de 10% da população para menos de 2% – caindo de 1,5 milhão pouco antes do início da guerra para cerca de 300 mil hoje.
Embora a taxa de êxodo seja mais lenta no Iraque, uma comunidade que contava com cerca de 300 mil cristãos antes da invasão de 2014 pelo grupo Estado Islâmico, caiu pela metade, para 150 mil na primavera de 2022.
O relatório também mostra que em países tão diversos como o Egito e o Paquistão, as meninas cristãs são rotineiramente sujeitas a sequestros e estupros sistemáticos.
“Perseguidos mas não Esquecidos: 2020-22” fornece testemunho em primeira mão e estudos de caso provando que em muitos países os cristãos estão sofrendo perseguição – façamos tudo o que pudermos para mostrar que eles não são esquecidos”, apontou o autor do relatório, John Pontifex.
Confira o Relatório “Perseguidos mas não Esquecidos: 2020-22” na íntegra, na página da ACN-Brasil: https://www.acn.org.br/relatorio-sobre-os-cristaos-perseguidos/
A ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) é uma Fundação Pontifícia que auxilia a Igreja por meio de informações, orações e projetos de ajuda a pessoas ou grupos que sofrem perseguição e opressão religiosa e social ou que estejam em necessidade. Fundada no Natal de 1947, a ACN tornou-se uma Fundação Pontifícia da Igreja em 2011. Todos os anos, a instituição atende mais de 5 mil pedidos de ajuda de bispos e superiores religiosos em cerca de 130 países, incluindo: formação de seminaristas, impressão de Bíblias e literatura religiosa – incluindo a Bíblia da Criança da ACN com mais de 51 milhões de exemplares impressos em mais de 190 línguas; apoia padres e religiosos em missões e situações críticas; construção e restauração de igrejas e demais instalações eclesiais; programas religiosos de comunicação; e ajuda aos refugiados e vítimas de conflitos.
Foto e texto: CNBB com informações da ACN