Foto: Tiago Fernandes
“Traga a bandeira de luta, deixa a bandeira passar, essa é a nossa conduta, vamos unir pra mudar”. Esse foi um dos versos que embalaram o 8º Fórum Social pela Vida realizado entre os dias 24 e 27 de novembro, em Carandaí (MG). Nesta edição, o evento reuniu mais de 260 participantes ao longo dos quatros dias e contou com a participação de representações de mais de pastorais e movimentos. Confira o que disseram algumas das pessoas presentes:
Foto: Thalia Gonçalves
“Essa é a minha primeira vez no Fórum. A gente veio em caravana e desde o primeiro dia, até o processo mesmo de construção para vir, foi coletivo. Isso já representa muito o movimento social. Essa ligação da Igreja com o movimento é importantíssima. Estou amando tudo desde o primeiro dia, as discussões, os debates. Os palestrantes são muito bons.
Quando a gente vem em um encontro como esse, principalmente, na Arquidiocese de Mariana, eu tenho percebido que todos estão muito em conflito com a mineração. Quando a gente encontra com outras pessoas que também estão enfrentando o mesmo problema que a gente, a gente vê outras dimensões do mesmo problema. Então, a gente aprende a resistir ou estratégicas com essas mesmas pessoas, que estão aqui, enfrentando problemas de diversas faces. Então, é uma forma de troca de aprendizado.
Do mesmo jeito que elas trazem as suas formas de luta e de resistência, a gente também está trazendo. Inclusive, uma frente de luta que a gente tem no MAM Zona da Mata e que, aparentemente, não tem por aqui é o direito de dizer não. É o território onde não existe mineração e que a gente luta para que a mineração não chegue, em prol da agroecologia e da agricultura familiar”.
“Já é a segunda vez que eu participo. Participei em Piranga, era até sobre a família, foi muito lindo, achei muito proveitoso. Esse Fórum, aqui em Carandaí, está muito bem assessorado. O crescimento espiritual está aqui”.
Darci e Ocilene são casados e agentes da Pastoral Familiar. Foto: Thalia Gonçalves
“Essa é a terceira edição que participo. O 8º Fórum surge depois desse período de pandemia, então, as pessoas estão ansiosas para atualizar-se da situação e, principalmente, trocar experiências, porque há três anos nós ficamos desativados em relação a troca de experiências. Todo Fórum é uma reunião de pessoas com novas ideias ou reavaliando ideias antigas e isso nos permite uma autoavaliação como pessoas e também uma forma de compartilhar experiências adquiridas nesse período.”
Foto: Bruna Sudário
“Para mim, está sendo uma experiência fantástica. Esse é o meu terceiro Fórum. Em dois anos, após isolamento social, a gente poder voltar e debater temas que tem a ver com o território que a Arquidiocese atua é muito importante. Esse encontro é uma oportunidade para reoxigenar as energias, alimentar a fé e a luta para a justiça social, para a qualidade de vida do nosso povo que tem sofrido fortes ataques do grande capital com a mineração, sofrido também com a falta de teto. Então, o tema do Fórum vem de encontro com os anseios do povo ‘Terra, Teto e Trabalho’, ‘vida em primeiro lugar’”.
Edwiges Costa, integrante da Pastoral da Juventude, Paróquia São José, de Alto do Rio Doce (MG)
Foto: Bruna Sudário
“A participação da juventude nesses espaços é de extrema importância até para trazer o debate das juventudes para esse meio social. Aqui, a gente discute sobre questões políticas, sobre o espaço que a gente ocupa. Então, o jovem está nesse espaço, trazendo a sua forma de pensar, agir no meio pastoral e no meio eclesial, é muito importante esta participação. E o Fórum, também, é um espaço para conhecermos outras pastorais, trazendo nossa identidade, nossa forma de viver, pensar e de agir”.
Foto: Tiago Fernandes
“Estes momentos do Fórum reacende o compromisso que o MAB tem na luta do povo, na organização e no processo formativo de conscientização e de luta. Então, é muito importante a gente estar inserido no contexto diocesano, apesar de ser um movimento independente, porque é a oportunidade que a gente tem para ajudar neste processo formativo de conscientização política, comunitária e missionária”.
Foto: Bruna Sudário
“Pode-se dizer que o Fórum Social pela Vida é um espaço valioso para nós, pois fortalece e revigora as Pastorais, associações e movimentos eclesiais. É um momento ímpar, rico em participação e partilha. O tema e o lema, os eixos temáticos, os Grupos de Trabalho foram muito bem preparados e pensados. Foi um imenso prazer fazer parte deste momento”.
“Na minha visão, que praticamente nasci dentro da Igreja Evangélica, pude ver no 8⁰ Fórum Social pela Vida um espaço de completo respeito ao religioso, às crenças, ao meio ambiente, ao outro e, principalmente, a o olhar para a dor do outro! O Fórum foi uma experiência indescritível, pois nele pude ver os movimentos sociais e de base junto a Economia de Francisco e Clara, construindo dentro da Igreja Católica uma forma de transformar a realidade tão desigual que assola nosso país e o mundo. Foi uma experiência muito bonita de se ver, compartilhar e vivênciar”.
Foto: Arquivo pessoal
“Estar no 8º Fórum Social pela Vida da Arquidiocese de Mariana é reafirmar a minha teimosia pela proposta por um Reino mais justo e fraterno na busca por justiça; é reafirmar o meu compromisso enquanto juventude inquieta, esse jovem que busca sonha por justiça e fraternidade, que busca construir essa cultura do bem viver. É estar em sintonia com os passos de Dom Luciano, o nosso saudoso Bispo de Mariana”.
Texto: Bruna Sudário e Thalia Gonçalves
Atualizado em: 30/11/2022 às 14h15