“Hoje, aqui nesta igreja, esses seminaristas dão um passo significativo, já se preparando quase que imediatamente para as ordenações”, disse o arcebispo metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, na missa presidida na manhã de ontem (3), no Santuário de Nossa Senhora do Carmo, em Mariana, ao se referir aos nove seminaristas que receberam o ministério de leitor e aos quatro que receberam o de acólito. A celebração reuniu os seminaristas das quatro casas de formação em ação de graças pelos 269 anos do Seminário São José.
Emanuel Tadeu Dias Teixeira, Fabiano Henrique de Matos, Fernando Hilário de Souza Júnior, Johny Sales Figueiredo Dias, Pedro Hugo Alves Talin, Róbson da Cunha Chagas, Tiago Rafael Jerônimo da Silva, Vitor Nogueira Campos, Wesley Pires dos Santos são os seminaristas do segundo ano de Teologia que receberam o leitorato. Bruno Gomes Silva, Delvair Divino Xavier, Ronaldo Henrique Furtado e Wagner José Nascimento Balbino são os que receberam o acolitato.
“Eles devem fazer com que este ministérios os conduzam mais a compreender o sentido daquilo que irão realizar até quando forem chamados pela Igreja para serem ordenados diáconos e depois presbíteros”, reforçou Dom Airton. O arcebispo também deu destaque a doação que cada um deve estar disposto a fazer nesta caminhada rumo ao sacerdócio, entregando toda a sua vida a Cristo, sem esperar nada em troca.
O seminarista Delvair Divino Xavier, expressa a alegria e responsabilidade sentidas ao receber o ministério de acólito. “Agradeço a Deus pela graça de me aproximar cada vez mais da Sagrada Eucaristia, por confiar a mim a missão de auxiliar presbíteros e diáconos em suas funções diante do altar e distribuir Eucaristia. Que Deus me capacite no exercício deste ministério, mande sabedoria e discernimento para que eu possa fazer a vontade de Deus, vivendo oblações diárias e me configurando cada vez mais ao Cristo Bom Pastor”.
“Hoje foi um dia muito especial nas nossas vidas”, afirma o seminarista Fabiano Henrique de Matos, que recebeu o ministério de leitor. Ele explica que a função é um chamado que Deus faz e uma missão que recebeu para meditar assiduamente a Palavra de Deus. “É um chamado para se tornar também proclamador dessa Palavra, junto as comunidades, junto ao povo de Deus, e também poder, claro, antes de anunciar, viver na própria vida essa Palavra”, explica.
Dia do Seminário
Comemorado oficialmente no dia 20 de dezembro, data de fundação da Casa de Formação, o Dia do Seminário Arquidiocesano costuma ser antecipado para uma data dentro do semestre letivo dos seminaristas, transferido assim para o domingo próximo a memória de São Carlos Borromeu, celebrada nesta segunda (4), bispo responsável por pensar em um local exclusivo para a formação dos futuros padres, tendo sua proposta aprovada no Concílio de Trento.
“Duzentos e sessenta e nove anos não são poucos dias, são mais de dois séculos de existência”, reforça o reitor do Seminário, padre Valter Magno de Carvalho, expressando gratidão a Deus pelo bem que o Seminário São José, anteriormente chamado de Seminário Nossa Senhora da Boa Morte, fez e faz para a Igreja no Brasil. “Pelo seminário passaram muitas pessoas, padres de várias dioceses do Brasil. Também pessoas que não foram ordenadas, mas que exercem cargos importantes na sociedade, sendo bons cristãos, vivendo a sua fé com intensidade”, diz, agradecendo a vida de todos os 121 seminaristas e vocacionados que compõem o Seminário, sendo 35 na Teologia, 49 na Filosofia, 16 no Propedêutico, 8 vocacionados internos e 13 externos.
Convite às vocações
“Precisamos de muito mais seminaristas […] Precisamos de mais padres para a Igreja inteira, não só para a Arquidiocese de Mariana”, lembrou Dom Airton no final da celebração. Ele pediu para que cada seminarista se esforce para convidar mais um para o seminário. “Não é difícil, precisamos motivar, incentivar, dar testemunho para que os jovens possam se animar, ser chamados”.
Ele apontou o “trabalho vocacional” como meio para aumento das vocações, relembrando que os jovens precisam saber que tem essa opção. “Se não for atrás, se não propor, não dizer que existe a possibilidade, o jovem fica esperando. Agora se eu digo que tem a possibilidade de ser padre, então ele começa a pensar. Não significa que todos os jovens devam ser padres não, precisamos de bons pais de família, mães de família, religiosos, religiosas, missionários em tantos lugares, mas também precisamos de padres”.
O arcebispo encerrou lembrando que, com mais ordenações, torna-se possível satisfazer a necessidade do povo de Deus, com atendimentos, oração, formação e acompanhamento. “A gente precisa sempre rezar pelos seminaristas e pelos jovens para que tenham coragem e dinamismo para responder ao chamado de Deus”, concluiu.