terça-feira

, 26 de novembro de 2024

Comissão Especial de Bioética da CNBB expressa indignação e tristeza diante da situação do Povo Yanomami

23 de janeiro de 2023 Igreja no Brasil

Foto: Ricardo Stuckert/Secom/PR

A Comissão Especial de Bioética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota de solidariedade, no domingo, 22 de janeiro. No texto, o grupo composto por médicos e especialistas em áreas como medicina e teologia, por exemplo, expressam indignação e tristeza diante da situação dos indígenas em situação de fome e desnutrição em aldeias Yanomami. No texto, recordam que “miséria, exploração, pobreza, fome e esquecimento atentam tanto a vida humana quanto os flagelos do aborto e da eutanásia”.

A Comissão espera que as causas “desse escândalo sejam apuradas e sanadas” e manifesta solidariedade ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), às famílias indígenas e a “todos aqueles que promovem, defendem e cuidam dos nossos povos da Amazônia e de outros lugares do Brasil”.

Confira o texto na íntegra:

COMISSÃO ESPECIAL DE BIOÉTICA DA CNBB

NOTA DE SOLIDARIEDADE

«O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos» (1 Jo 1, 3): o Evangelho da vida.Tendo em vista a nossa inegociável defesa, promoção e cuidado pela vida, desde a concepção até o seu fim natural, a Comissão Especial de Bioética da CNBB quer expressar nossa INDIGNAÇÃO e um profundo sentimento de tristeza, diante da situação dos indígenas em situação de fome e desnutrição em aldeias Yanomami. A Bioética em seus primórdios, surgiu como o grande imperativo moral do cuidado com a vida em todas as etapas de sua manifestação, bem como do meio ambiente que nos cerca. Miséria, exploração, pobreza, fome e esquecimento atentam tanto a vida humana quanto os flagelos do aborto e da eutanásia.

Queremos nos unir a todos aqueles que, impactados com a situação de vulnerabilidade e fome que se faz presente especialmente dos povos originários, se unem, sem medir esforços, para recuperar a dignidade dos nossos irmãos e irmãs indígenas. Jamais podemos aceitar negociar qualquer atentado contra a dignidade da vida, desde o nascer até o morrer, sem nenhum tipo de ideologia, partidarização ou interesses que não sejam o do respeito absoluto ao outro, irmão e irmã.

A vida é dom e compromisso. Dom de Deus e compromisso de solidariedade, de fraternidade, de amor, pois, como diz o Papa Francisco, na sua Encíclica Fratelli tutti: “Deus criou todos os seres humanos iguais nos direitos, nos deveres e na dignidade, e os chamou a conviver entre si como irmãos” (n.5).

Esperamos que todas as causas desse escândalo sejam apuradas e sanadas. Nos solidarizamos ao CIMI (Conselho Indigenista Missionário), precioso instrumento da Igreja no Brasil, incansável na luta pelos direitos dos povos originários, às famílias indígenas e todos aqueles que promovem, defendem e cuidam dos nossos povos da Amazônia e de outros lugares do Brasil.

Comissão Especial de Bioética CNBB.

Brasília, 22 de janeiro de 2023.

Bispos do Regional Norte 1 da CNBB prestam solidariedade

Em nota divulgada no dia 21 de janeiro, a presidência do Regional Norte 1 da CNBB divulgou uma nota de solidariedade em que os bispos de mostram “estarrecidos e profundamente indignados, estamos vendo as imagens dos corpos esqueléticos de crianças e adultos do Povo Yanomami no Estado de Roraima, resultado das ações genocidas e ecocidas do Governo Federal anterior, que liberou as terras indígenas já homologadas para o garimpo ilegal e a extração de madeira, que destroem a floresta, contaminam as águas e os rios, geram doenças, fome e morte. Mais de 570 crianças já perderam a vida”. Leia a carta na íntegra AQUI

Nota do Cimi

Já nesta segunda-feira, dia 23, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou uma nota em que afirma que a a proteção das vidas indígenas exige medidas contundentes contra invasores e a retomada das demarcações e o que início do ano demonstrou que a violência contra os povos originários permanece estrutural e exige do governo ações enérgicas para proteger as vidas indígenas e impedir a impunidade. Leia a nota AQUI

Texto: Com informações da CNBB