De 5 a 8 de setembro, a comunidade da Teologia e da Filosofia do Seminário São José, da Arquidiocese de Mariana, bem como o Grupo de Orientação Vocacional (GOV) a partir do dia 6, vivenciaram o Retiro Espiritual do semestre letivo. Reunidos na casa da filosofia, da teologia e a Casa da Alegria, respectivamente, os seminaristas tiveram a oportunidade de revisar seus caminhos em vista do ministério sacerdotal – momento fundamental na caminhada formativa dos futuros padres da Igreja.
A comunidade da Teologia teve como pregador o diretor espiritual do seminário, monsenhor Celso Murilo Sousa Reis, que incentivou os seminaristas a uma profunda experiência de Deus diante da escuta da Palavra, sendo possível assim, ouvir os apelos de Deus. No primeiro dia, os teólogos foram chamados a adentrar no retiro, trazendo sua história e motivações. Já no segundo, cada um foi chamado a reconhecer sua fraqueza diante de Deus, vivenciando um dia penitencial. No terceiro foi trabalhada a temática da vida comunitária (fraternidade) e a configuração a Jesus a partir da pobreza, da castidade e obediência. No último dia, impulsionados pelo espírito da páscoa semanal, houve a proposta de realizar uma espécie de projeto de vida, tendo como base as bem-aventuranças.
Para a comunidade da filosofia, esse tempo de profunda intimidade com Deus foi orientado pelo padre Robson Inácio, clérigo da Diocese de Guaxupé (MG). Os exercícios espirituais contemplaram a vida do profeta Elias, apontando para o “dom da vocação presbiteral e a espiritualidade do padre diocesano”. Segundo o seminarista Gefeson Braz, natural de Sobrália, da diocese de Governador Valadares, “a experiência de retiro espiritual é sempre enriquecedora, é o momento no qual Deus se coloca à nossa disposição, nos ouve e fala ao nosso coração, e isso é imprescindível para quem está no processo de discernimento vocacional, a escuta atenta ao que Deus fala, podendo assim fortalecer o nosso ‘sim’ cotidianamente”.
O GOV teve como pregador padre Sérgio José, diretor da comunidade do propedêutico, e o tema foi: “Esta é vontade de Deus, vivei na santidade”. Esses dias foram marcados por quatro momentos de meditação. A primeira foi uma palavra de encorajamento a vida de oração, a segunda meditação convidou os vocacionados a livrar-se dos apegos, daquilo que impede um encontro com Deus. Na terceira, o pregador falou da importância da formação para melhor servir a Deus e a Igreja. Já na quarta, aprofundou-se mais numa meditação da ressurreição de Jesus, inspirando-se na temática do homem novo. Segundo o vocacionado Gabriel, do terceiro ano do GOV, houve outros apontamentos e momentos ricos da graça, a fim de ajudar os vocacionados no contato com o Senhor.
Natural de Ponte Nova, o seminarista Antônio Maciel, da Filosofia, também comentou, ressaltando que “o Retiro Espiritual é uma oportunidade única para refletirmos o chamado específico que Deus faz a cada um de nós. Destaca-se, também, neste sentido, a importância da vida de oração que deve ser a cada dia renovada em cada sacerdote; é preciso que cada um invista um longo tempo diante do Senhor que se faz presente no Santíssimo Sacramento do Altar, só assim teremos forças para percorrermos o longo caminho. É de suma importância destacarmos, também, que Deus se manifesta na celebração viva dos Santos Mistérios; a Sagrada Liturgia é a ferramenta de trabalho de um Presbítero, e o Seminário deve ser o lugar onde se fomenta a espiritualidade litúrgica. O Presbítero deve aprender que, quando se celebra a Eucaristia, ele honra e louva a Deus e, com isso, o povo é beneficiado”.
Colaboração: Seminaristas Cássio Patrício, Moisés Galinari Tôrres, Gabriel e Vitor Campos. Fotos: Seminário
Confira relatos de outros seminaristas:
O retiro foi pra mim uma oportunidade de encontrar com Deus na minha história de vida, no meu caminho vocacional, e tudo proporcionou pra todos nós seminaristas um jeito de olhar pra nossa história e perceber o amor de Deus nos chamando e cuidando de nós a cada instante. Monsenhor Celso conduziu o retiro de forma muito leve, muito serena, nos ajudando a olhar pra nossa história, nossa vocação, e perceber os sinais do amor de Deus a cada instante, a cada momento, por meio das missas, da oração mariana, da via sacra, de tantas outras atividades que nos ajudou a rezar melhor mais uma vez a nossa história, a nossa vocação. Auxiliando, nos ajudando a confirmar esse chamado que Deus nos faz e também nos possibilitando poder criar esse ânimo na nossa caminhada, que por mais que venha as dificuldades, as provações, Deus se mostra sempre presente nos acompanhando, nos guiando por meio do seu amor que nos chama a estar com eles.
Seminarista Geovane Macedo da Costa, 2º ano de Teologia
O Retiro Espiritual é a oportunidade que temos de renovar a nossa experiência com Deus, tornando-nos mais disponíveis e atentos à Sua boa vontade para nossa caminhada de vocacionados. É um sadio recuo para rezar e olharmos a vida com maior objetividade e mais fé. Percebi quanto Deus trabalha em nós e como a sua presença renova tudo o que é velho. Sua presença nos faz experimentar uma profunda revisão de vida, nos ajudando a sermos mais gratos e generosos em nossa resposta de amor. Saímos todos regenerados pelo amor de Deus e dispostos a servi-Lo com maior entusiasmo e esperança, na certeza de que devemos permanecer no Amor, apaixonados pela missão e na busca de uma vida mais fraterna.
Seminarista Róbson Cunha Chagas, 2º ano de Teologia
Para mim o retiro foi um tempo extraordinário da graça de Deus. A experiência do silêncio é uma verdadeira experiência de sentir-se amado e revigorar as forças para continuar a caminhada. O testemunho de vida e a grande sabedoria do Monsenhor Celso, nosso diretor espiritual, muito me confirma para dar passos nesta caminhada. Com seu jeito e sua orientação nos mostrou que vale a pena ser padre e se doar pela causa do Reino, porque antes de tudo somos amados e correspondendo a este amor doando nossa vida em favor dos irmãos. Além disso, nos ensinou que não tem como ser padre sozinho, nossa vida só tem sentido com o outro, por isso a vida de fraternidade é nossa fortaleza nessa vida ministerial. Que Deus nos ajude a colhermos os frutos deste tempo de graça.
Wesley Pires dos Santos, 2° ano de Teologia
O retiro semestral do seminário é sempre uma dádiva de Deus em nossas vidas. Ao deixarmos a rotina intensa do seminário, para termos uma experiência profunda de reflexão, formação e oração, renovamos o nosso desejo de sermos discípulos do Cristo e de a Ele consagrarmos a nossa vida. O tema proposto pelo Padre Robson: “O dom da vocação presbiteral e a Espiritualidade do presbítero diocesano”, foi um convite para reacender em nós a chama da vocação, fomentando-nos a nos configurarmos, cada dia mais, ao Cristo.
Mateus Lopes de Carvalho, 1° ano de Filosofia
Para mim foi uma experiência muito enriquecedora. Deu para perceber que Deus cuidou de casa detalhe para que nós nos encontrássemos com Ele. O Pe. Robson nos motivou a aprofundarmos sobre a vida e vocação do profeta Elias, sendo movido pelo tema: “O dom da vocação presbiteral e a vocação do presbítero diocesano”. Foram momentos de profunda intimidade com Nosso Senhor que se revela no silêncio. Pudemos rezar aspectos da vida do profeta que tem a ver com a nossa, bem como o chamado que Deus nos faz. Foram momentos intensos, pois, como o próprio Pe. Robson frisou, são exercícios espirituais. Tenho certeza que todos nós nos sentimos tocados por Deus. A oração é o que nos sustenta no chamado, este tempo foi favorável para uma oração mais intensa que agora se aplica no cotidiano de nossas vidas. Só tenho motivos para agradecer a Deus.
Seminarista Ronan Prata, 2º ano de Filosofia
O retiro espiritual foi uma rica experiência do amor e da misericórdia de Deus. O pregador, Pe. Robson, com sua rica espiritualidade, nos dirigiu belíssimas palavras proporcionando reflexões a respeito da missão do presbítero diocesano. Sendo assim, através das reflexões propostas, ele nos mostrou que o sacerdote deve ser o homem do amor e da misericórdia; o profeta que anuncia e denuncia; aquele que apesar de todas as perseguições tem o compromisso com a justiça e a verdade. Assim, ser padre é ser pai, ou seja, é cuidar do povo de Deus com muito amor, carinho e respeito. Dentre tantas qualidades do Pe. Robson destaco o seu cuidado com a liturgia e com as orações, segundo ele, o sacerdote deve amar a liturgia e cultivar a intimidade com Deus através das orações. Contudo, após essa rica experiência, basta-nos louvar e agradecer por tudo de bom que vivenciamos.
Seminarista Marcelo de Souza Ribas, Filosofia
O Retiro é sempre uma oportunidade de refazermos as forças para a caminhada de fé e vocacional. Cada um vive uma experiência única, que parte da própria vida confrontada com o espelho da Palavra de Deus. Iluminados por Ela, pela ação do Espírito Santo, bem como pelas orientações do pregador do Retiro, recebemos um convite para, como em uma viagem, realizarmos um tríplice movimento: em busca do EU interior – uma passagem do isolamento para a solidão; em direção ao Próximo – uma passagem da hostilidade para a hospitalidade; e uma relação com Deus – que faz passar da ilusão para a prece. Assim, a partir do nosso real, da nossa história e dos nossos projetos e sonhos, vivenciamos uma experiência que nos proporciona instrumentos para o crescimento em todas as dimensões da formação. Parece até contraditório, mas descobrimos que muitas vezes é preciso se retirar no silêncio, na intimidade e na autorreflexão, para somente assim compreender que a autêntica espiritualidade cristã é um constante êxodo, ou seja, uma saída de mim mesmo para ir em direção aos outros e ao Outro por excelência, que é Deus.
Seminarista Leonardo Sérgio Rosa Carvalho, 4º ano de Teologia
Sendo o retiro um encontro prolongado e orante com o Senhor, ele me ajudou, neste caminho da configuração ao Cristo Bom Pastor, a beber da fonte espiritual para continuar o caminho vocacional. Foi um momento de experiência de Deus no silêncio interior, que convida a prolongar este caminho de oração no dia-a-dia. Este retiro também me ajudou a refletir a alegria que é o servir aos irmãos na caridade pastoral, com gratuidade, a exemplo do Cristo Bom Pastor.
Seminarista Ronaldo Henrique Furtado, 4º ano de Teologia
Falar de um retiro como este que tivemos é bem difícil, pois qualquer palavra que fosse usada seria pobre para definir tantas graças que Deus derramou sobre cada seminarista. O pregador fez um paralelo entre o profeta Elias e a vida de um presbítero diocesano e, assim, foi trabalhando vários pontos de cada personagem. A vida de um seminarista é muito corrida, muitos estudos, e vejo que é muito fácil perder o foco de uma vida santa, da prática das virtudes, de seguir Cristo, então o retiro é este momento que Deus chama cada um a renovar as forças e voltar ao foco novamente.
Seminarista Oldair Jonnes Ribeiro, 1º ano de Filosofia
A experiência do retiro é sempre uma rica oportunidade de estreitarmos os laços entre nós e aquele que nos vocaciona, isto é, Jesus Cristo. No retiro deste 2º semestre, o qual foi conduzido pelo Pe. Robson, da Diocese de Guaxupé, pudemos rezar um pouco sobre a a vocação e a missão do profeta Elias e a missão do presbítero diocesano. O Profeta não é aquele que somente anuncia e denuncia, mas é sim aquele também que empresta sua vida e sua boca para que em momentos precisos Deus fale ao seu povo. Assim também deve ser a vida dos presbítero, o homem escolhido por Deus para caminhar junto de seu povo, já afirmara São José Maria Escrivá: é próprio do presbítero ser Cristo.
Seminarista Pedro Mendes, 3º ano de Filosofia