A Secretaria Geral do Sínodo divulgou no sábado, 17 de fevereiro, que a segunda sessão da fase universal do Sínodo sobre a sinodalidade será realizada entre os dias 2 e 27 de outubro deste ano, em Roma. Com o processo sinodal iniciado em outubro de 2021, a 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos tem como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”.
Assim como na primeira sessão, ocorrida em outubro do ano passado, a segunda sessão será precedida por dois dias de retiro espiritual, de 30 de setembro a 1º de outubro, sendo a chegada dos participantes marcada para o dia 29 de setembro.
Contemporaneamente ao comunicado, foi também publicado um quirógrafo do Papa, uma espécie de breve do Papa que não é divulgado nem publicado, que estabelece a constituição de grupos de estudo para aprofundar alguns dos temas levantados na sessão anterior. Serão constituídos entre os dicastérios competentes da Cúria Romana e a Secretaria Geral do Sínodo, que os coordenará.
No quirógrafo, dedicado à colaboração entre os dicastérios curiais e a Secretaria do Sínodo, Francisco recorda que na constituição sobre a Cúria Romana Praedicate Evangelium lê-se que a “vida de comunhão dá à Igreja o rosto da sinodalidade”. E é reiterada a tarefa da Secretaria Geral do Sínodo, que depende diretamente do Pontífice e que “apoia e acompanha o processo sinodal de tempos em tempos estabelecido”, favorecendo com espírito sinodal as relações dos bispos e das Igrejas particulares entre si e em comunhão com o Bispo de Roma.
O quirógrafo conclui dispondo que “os dicastérios da Cúria Romana colaborem, segundo as respetivas específicas competências, com a atividade da Secretaria Geral do Sínodo, constituindo grupos de estudo que iniciem, com método sinodal, o aprofundamento de alguns dos temas que surgiram” na primeira sessão do Sínodo dos Bispos. “Estes grupos de estudo deverão ser constituídos de comum acordo entre os dicastérios competentes da Cúria Romana e a Secretaria Geral do Sínodo, à qual é confiada a coordenação”.
Já no documento “Rumo a outubro de 2024” da Secretaria Geral do Sínodo, publicado em 11 de dezembro de 2023, era sublinhado como a próxima assembleia se concentraria em como viver a sinodalidade em todos os níveis da Igreja. Agora, a decisão do Papa esclarece que alguns dos temas mais significativos que surgiram da escuta das Igrejas requerem um tempo substancial de aprofundamento teológico, canônico e pastoral, segundo uma modalidade sinodal que envolva especialistas de todos os continentes e os dicastérios da Cúria Romana de acordo com as suas competências.
Neste momento estão sendo definidos quais os grupos de estudo constituir e sobre quais temas. O relatório de síntese votado no final da sessão de outubro passado indicava alguns deles, como a atualização de algumas normas canônicas, a formação dos ministros ordenados, as relações entre bispos e ordens religiosas, a pesquisa teológica e pastoral sobre o diaconato.
As contribuições dos grupos de estudo, como se pode verificar no documento da Secretaria Geral publicado em dezembro e no atual quirógrafo papal, serão instrumentos úteis para a reflexão de toda a Igreja, mas não constituirão diretamente matéria de discussão da próxima sessão do Sínodo, que se concentrará na sinodalidade enquanto tal, expressão da comunhão na vida eclesial. Por fim, é interessante notar o papel confiado à Secretaria Geral do Sínodo, que tem à frente o cardeal Mario Grech, que coordenará o trabalho com os dicastérios. Um organismo que não faz parte da Cúria Romana, mas também ele está diretamente subordinado ao Papa.
Na mesma data, foram anunciados seis novos consultores da Secretaria Geral do Sínodo, dentre eles, está uma brasileira. São eles:
Texto: Vatican News
Foto: VATICAN MEDIA Divisione Foto