Entres os dias 5 e 8 de setembro, os seminaristas do Seminário São José vivenciaram o segundo retiro espiritual de 2024. O retiro, que ocorre semestralmente nas casas de formação, é uma rica oportunidade para que cada jovem vocacionado revisite sua história e faça um profundo encontro pessoal com Jesus Cristo.
Os seminaristas do Propedêutico estiveram reunidos na casa da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, em Barbacena (MG). O orientador foi o formador do Seminário, Monsenhor Celso Murilo.
Para os seminaristas, essa foi uma experiência rica de afastamento das atividades rotineiras e dedicar-se mais à oração, reflexão e crescimento espiritual. A temática foi voltada para a vocação e o discernimento, trabalhando aspectos importantes como: a missão do sacerdote; a radicalidade evangélica, a partir da obediência; pobreza e castidade; o discípulo missionário, que deve ser despojado para a atividade missionária; a misericórdia, dentre outros.
Na ocasião, os seminaristas tiveram oportunidade de encerrar o retiro aos pés do Bom Jesus, realizando uma peregrinação e celebrando a Eucaristia na Basílica do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (MG).
“Guiados pelo Monsenhor Celso, alcançamos nosso objetivo com êxito, perceptível nas partilhas pós-retiro entre os seminaristas. Particularmente, pude fazer uma autoavaliação da minha vida espiritual, vocacional e humana. É claro que, em poucos dias, não conseguimos trabalhar tudo que deveríamos, mas conseguimos abrir as portas para que esse trabalho continue ao longo da nossa caminhada”, descreveu o seminarista Igor Gabriel.
O retiro da Etapa do Discipulado, formação em Filosofia, foi pregado pelo neossacerdote, Padre José Mário Santana Barbosa no Seminário São José, em Mariana (MG). Com o tema “O Coração do Bom Pastor”, foi proposto aos seminaristas refletirem as virtudes que um pastor deve cultivar a exemplo do próprio Jesus.
Em suas colocações, Padre José Mário convidou os seminaristas a revisitarem a sua história de vida, com especial atenção para perceber a ação da misericórdia que jorra do lado de Cristo tanto nos grandes momentos, como nos momentos cotidianos.
As pregações foram muito bem preparadas com a exortação para os seminaristas buscarem viver as virtudes do Coração de Jesus. Ainda, as colocações contaram com o enriquecimento de textos e reflexões de alguns grandes nomes da Igreja, como Santa Teresa de Calcutá, São João Bosco e São Carlos de Foucault, além de escritos do Papa Francisco. Exemplos de santidade atuais e que viveram a realidade da Arquidiocese de Mariana também foram citados como o Servo de Deus Dom Luciano Mendes de Almeida e a Beata Isabel Cristina.
Além das reflexões pessoais, durante o retiro, houve vários momentos orantes, onde toda a comunidade rezava em unidade, cada um com sua realidade, mas sem deixar de estar juntos.
Segundo o seminarista André Marques, do 1º ano de Filosofia, um dos pontos trabalhados foi a diferença entre isolamento e solidão. “O isolamento é perigoso quando a pessoa está vivendo dentro de uma comunidade, mas se fecha completamente aos outros membros, não partilhando a vivência diária com os demais. Enquanto a solidão é viver bem em comunidade, partilhar os momentos diários, mas reservar um tempo para si mesmo, para estar em contato pessoal com Deus”, explicou.
Na Etapa da Configuração (Teologia), o Retiro Espiritual foi orientado pelo Vigário Geral da Diocese de Sete Lagoas (MG), Monsenhor Wilson Rodrigues da Silva. Ele é ex-aluno do Seminário da Arquidiocese de Mariana, onde se formou em Filosofia e Teologia.
Monsenhor Wilson iniciou o retiro recordando que a “vida tem mais valor não por aquilo que oferecemos, mas por aquilo que recebemos”. Partindo dessa consideração, o sacerdote conduziu o retiro motivando os seminaristas a rememorarem as grandes fontes que sustentam o discernimento e a caminhada vocacional, sobretudo, partindo da fonte do cotidiano, da esperança, da misericórdia, do batismo, da Palavra e da alegria.
Para o seminarista André Lopes, do 2º ano de Teologia, o momento foi uma oportunidade de renovar o chamado de Deus em sua vida.“Tempo de uma profunda experiência com Deus por meio do silêncio e da escuta atenta de sua Palavra que ressoa em nosso coração, que nos revigora para continuar a caminhada que Ele nos chamou a trilhar”, definiu.
O seminarista André Lopes ainda destacou o testemunho de vida e missão do pregador, Monsenhor Wilson. “Com o seu modo simples e profundo de conduzir o retiro, muito me ajudou a rezar. Me fez perceber com mais autenticidade que vale a pena nos doar por causa do Reino, em favor dos nossos irmãos, em especial dos mais pequeninos. Para isso, nos convidou a voltar o nosso olhar para as fontes que movem o nosso chamado, a nossa vida. Sobre a fonte da ‘esperança’, ele afirma que ‘a nossa esperança nunca deve brotar das possibilidades humanas, mas somente das divinas. A esperança no Senhor nunca nos decepciona’. Que o Senhor nos ajude a deleitar-se bem dos frutos deste tempo de graça”, disse.
Texto e fotos: Comunicação do Seminário São José