A Solenidade da Imaculada Conceição foi vivida nesse domingo, 8 de dezembro, nas paróquias da Arquidiocese de Mariana. Neste mesmo dia, comemoramos também o aniversário presbiteral de 39 anos do nosso querido Arcebispo, Dom Airton José dos Santos.

Primeiro de sete filhos, Dom Airton atribui a inspiração de ter se tornado padre à sua família e ao exemplo de seus pais. Ele reitera que na sociedade não se aprende isso, “pelo contrário, na sociedade é cada um por si e Deus para todos”.

O Arcebispo afirma que desde o princípio de sua vida sentiu o chamado de Deus para a vida sacerdotal, mas não pôde atendê-lo de imediato, pois desde seus 12 anos trabalhava para ajudar sua família.

“Na época não dava para entrar [no seminário] com 10, 12 anos, como antigamente. Porque eu tinha que trabalhar, tinha de ajudar em casa. Eu comecei a trabalhar com 12 anos, com carteira registrada e tudo”, confidenciou o prelado.

Ainda jovem, Dom Airton começou a buscar atender o chamado participando da Igreja e a viver uma vida de fé. Sua ordenação presbiteral ocorreu em 1985, pelas mãos do então Bispo de Santo André, Dom Cláudio Hummes.

Procissão de entrada da Santa Missa.

Ele expressou que um dos maiores desafios da vida sacerdotal é anunciar a Palavra e ajudar as pessoas a perceberem que este é o caminho que leva a Deus. Para Dom Airton, não há uma distância temporal dos dias de hoje até sua ordenação presbiteral, “é como se fosse ontem”.

O eclesiástico confidencia que o caminho vocacional é vivido intensamente e as atividades exercidas ao longo dos anos são tão vívidas como a memória do momento da ordenação.

“Hoje eu ordeno padres, diáconos, bispos. Naquele momento eu era um padre novo, em 1986. Tinha as atividades, a paróquia, formação, o seminário que eu cuidava, e eu fui me envolvendo na vida da Igreja. E a Igreja vai propondo mais”, conta o prelado.

Dom Airton foi o bispo sagrante de três bispos, dentre eles está Dom Geraldo de Souza Rodrigues (ajoelhado ao centro), em janeiro de 2024. Foto: Thalia Gonçalves/Arquidiocese de Mariana.

Com quase quatro décadas de vida sacerdotal, o Arcebispo afirma que não seria possível resumir o percurso trilhado em uma palavra ou frase, mas que existiram três coisas importantes ao longo desses anos:

1. A ação de Deus não é uma ideia, é uma realidade.
2. A proteção de Nossa Senhora, desde o princípio, foi visível e palpável.
3. A disponibilidade para o serviço, estando disposto em fazer o que a Igreja pede.

Cerimônia na Catedral

Tendo iniciado por volta das 19h40, a Santa Missa em celebração a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, foi presidida pelo Arcebispo, e concelebrada pelo Pároco e Reitor da Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, Padre Geraldo Dias Buziani.

Com a igreja repleta de fiéis, e ao som do coral “Coro da Catedral”, a cerimônia foi marcada como um momento de total sintonia com a devoção à Nossa Senhora.

Padre Geraldo incensando o Evangeliário.

Em sua homilia, o Arcebispo citou a proclamação do Papa Pio IX, de 1854, o dogma da Imaculada Conceição, que declarava que a Bem-aventurada Virgem Maria foi preservada e imune de toda mancha do pecado original, desde o primeiro instante de sua concepção.

Refletindo sobre o Santo Evangelho, ele disse que “as mães têm um coração enorme, e às vezes não conseguimos compreendê-las. É preciso valorizar o sentimento que uma mãe tem pela sua família, pelos seus filhos”.

Dom Airton pontuou que não devemos esquecer das coisas boas que aprendemos dentro de nosso lar, como a prática de rezar-se a Oração do Angelus. Durante o momento, ele contou que aprendeu a rezar às 6h, às 12h e às 18h com sua avó, e que atualmente observa que existem pessoas que tem vergonha de realizar os bons costumes.

Inesperadamente, após esta fala, e ainda durante a homilia, o Arcebispo invocou a Oração do Angelus, sendo acompanhado, em uma só voz, pelos devotos presentes. Um momento sublime e emocionante que mobilizou a todos que estavam no templo mariano.

Finalizando sua reflexão, o Arcebispo disse que vivemos em um mundo cheio de maldades e que é preciso rezar cada vez mais para que Deus toque o coração das pessoas que vivem e praticam a maldade.

Ao final, a Paróquia Nossa Senhora da Assunção homenageou-lhe por ocasião de seus 39 anos de vida presbiteral, manifestando que a comunidade paroquial “se alegra pelo seu aniversário de ordenação e agradece a Deus por ser nosso pastor e nosso guia. Uma verdadeira benção em nossas vidas”.

Paroquiano Victor Souza realizando homenagem a Dom Airton.

Texto e fotos: Paulo César Gouvêa/Arquidiocese de Mariana