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, 15 de janeiro de 2025

Conheça mais sobre a história da Capela tricentenária de Santa Teresa em Bandeirantes

14 de janeiro de 2025 Arquidiocese

Bandeirantes, outrora São Sebastião do Ribeirão do Carmo, situa-se cerca de dez quilômetros da cidade de Mariana. Sua ocupação se deu com o sertanista Sebastião Fagundes Varela nos inícios do século XVIII, baseada na extração aurífera.

Nesse povoado foram erigidas as seguintes igrejas: São Sebastião, que se torna sede de freguesia de instituição episcopal, elevada à categoria de igreja colativa em 16 de fevereiro de 1724, a ‘Capela do Rosário dos Pretos’, bem como a capelinha de Santa Teresa.

Passado o período venturoso da mineração, o distrito entra em decadência econômica, a ponto do excelentíssimo Bispo Dom Frei José da Santíssima Trindade, em sua visita pastoral de 1823, considerar que as capelas citadas eram “muito pobres”, sem riqueza alguma, porém os seus ornamentos eram muito limpos. Vê-se nessa observação um elogio indireto ao zelo, reverência e amor ao sagrado dos devotos locais.

Retábulo de Santa Teresa D’Ávila.

Investigando detidamente sobre a Capela dedicada a Santa Teresa, estima-se que tenha sido construída na primeira década dos setecentos, e seu patrimônio instituído pelo português Pedro Rosa de Abreu, natural do Alentejo – região localizada no sudeste de Portugal. Ele foi um benfeitor bastante rico e devoto da abadessa carmelita.

A título de curiosidade, naquele período era exigido um patrimônio para garantir a manutenção da capela, envolvendo o terreno e algum recurso financeiro para suprir as despesas com o culto.

A Capela de Santa Teresa tem planta retangular, típica das primeiras capelas da região, e apresenta altar-mor do barroco inicial com arquevoltas concêntricas de grande valor histórico e artístico.

Nave da Capela de Santa Teresa D’Ávila.

Conforta bastante ao devoto poder entrar no recinto sagrado em qualquer hora para travar uma conversação ou um aconselhamento com a devoção de sua afeição. Contudo, no mundo contemporâneo a manutenção de uma capelinha ou igreja matriz sem o acompanhamento de um zelador se torna cada vez mais complexa, pois o mundo contemporâneo está cada vez mais sombrio e distante dos valores interiores.

Leia também: Capela de Santa Teresa D’Ávila é depredada no distrito marianense de Bandeirantes

Artigo escrito pelos pesquisadores e historiadores Adalgisa Arantes Campos e Leandro Gonçalves de Rezende
Fotos: Paulo César Gouvêa

Referências bibliográficas:

MORONI FILHO, Elio. Notas para o Estudo de Capelas do Ciclo do Ouro em Minas Gerais. Revista FORUM PATRIMÔNIO: Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, v.9, n.2, 2018.
TRINDADE, Cônego Raimundo. Instituições de Igrejas no Bispado de Marina. Rio de Janeiro: SPHAN, 1945.
TRINDADE, Dom Frei José da Santíssima. Visitas Pastorais de Dom Frei José da Santíssima Trindade (1821-1825). Belo Horizonte: Centro de Estudos Históricos e Culturais da Fundação João Pinheiro, 1988.
VASCONCELOS, Diogo de. História Antiga de Minas Gerais. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1974.