A comunidade Santíssima Trindade, no Bairro Santana, em Mariana (MG), recebeu a excelente notícia, na tarde do dia 19 de fevereiro, de que a igreja de Sant’Ana será restaurada.

O termo de liberação dos recursos para a tão esperada reforma foi assinado no adro da igreja, na presença da comunidade de fé, pelas autoridades: o pároco, Padre Geraldo Dias Buziani; o Secretário Municipal de Obras, André Belico; o Secretário Municipal de cultura, Marcos Eduardo Batista; o Presidente Nacional do Iphan, Leandro Graas; o chefe do escritório do Iphan em Mariana, Leandro Batista e o diretor do Departamento de Ações Estratégicas Interministeriais (DAEI), Daniel Sombra.

O templo foi interditado no segundo semestre de 2022 e, segundo o Padre Geraldo Buziani, a atitude foi necessária devido à queda de parte de uma das paredes internas e, por motivos de segurança, suas atividades religiosas tiveram que ser suspensas temporariamente.

Para a liberação destes recursos, Padre Geraldo afirma que houve muito diálogo e esforços implementados entre a Arquidiocese de Mariana, a comunidade e o Poder Público.

A Capela precisará passar por várias reformas. Dentre elas, existe “a necessidade de uma drenagem na lateral e sobretudo na divisa com o cemitério, o fortalecimento da estrutura física, a parte elétrica, arquitetônica e hidráulica. É com grande alegria que ouço esse anúncio e espero o empenho para que, em breve, se comece as obras”, destaca o sacerdote.

De acordo com o Presidente do Iphan, Leandro Graas, a obra está orçada em um milhão e meio de reais e será feita através de recursos próprios do Governo Federal.

Para tanto, será dado o andamento no processo de licitação, para contratação da empresa realizadora da obra, e, segundo o Iphan, desde o início do processo licitatório até a entrega da Igreja para comunidade, deve ter um prazo previsível de 480 dias.

A Coordenadora da Comunidade Santíssima Trindade, Franciny Aparecida Paiva, evidencia sua alegria com a notícia da liberação dos recursos e espera, ansiosa, pelo retorno das atividades religiosas no templo. “É uma grande alegria poder participar desse momento, no qual foi assinado o termo de liberação da verba para a reforma da nossa capelinha de Sant’Ana, tão querida; e entrar nela hoje, mesmo estando ainda fechada, dá aquela sensação de boas lembranças, de saudade e ao mesmo tempo uma alegria muito grande saber que, daqui a pouco, a gente vai entrar e celebrar de novo a nossa fé em um espaço que pertence a comunidade”, evidencia Franciny.

Capela de Sant’Ana: Sua história e singularidade

A capela de Sant’Ana foi construída na primeira metade do século XVIII, sendo uma das mais antigas de Mariana (MG). Sua capela-mor possui talha que remete a primeira fase do barroco mineiro, com riqueza de detalhes e um visual exuberante. O teto já remete a carpintaria no estilo seiscentista tardio de influência portuguesa.

Por volta de 1799, a fachada principal, no que diz respeito ao frontispício, foi modificada, ganhando sua aparência atual, além de colocar elementos de cantaria e o campanário, que existia desde 1856, foi substituído por duas sineiras colocadas do lado externo na capela.

Em 1938, ela foi novamente modificada, sendo suprimida a torre central e o cômodo destinado a sacristia, que fora construído por volta de 1900 a 1905.

Em 1941, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), recentemente criado naquela época, fez o registro da capela no Livro do Tombo, tornando-a patrimônio material, cuja conservação seja de interesse público devido a sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil.

Texto e Fotos: Dacom/Arquidiocese de Mariana.