A matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Congonhas, Região Pastoral Mariana Oeste, será reaberta após um ano e sete meses de obras de restauração. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1950, a construção do século XVIII recebeu investimentos do governo federal por meio do PAC Cidades Históricas. A inauguração oficial está marcada para quinta-feira,30, às 10h, e as primeiras missas serão celebradas no sábado.
Com obras de Aleijadinho e Manuel Francisco Lisboa, a igreja foi restaurada pela primeira vez desde sua construção. Segundo o pároco, padre Paulo Barbosa, agora é possível ver como a igreja é belíssima e estava toda deteriorada. “Ao visitar o Altar-Mor, fiquei encantado com o azul de Maria e o sacrário. A maior igreja barroca sem coluna do século 18 voltar a ser também a mais bela das que eu conheço. Essa obra tem uma importância religiosa, mas, principalmente, cultural. Em grandes missas, mais de 2.000 pessoas vêm celebrar conosco”, destacou o padre Paulo.
Sérgio Norberto Gonçalves, coordenador do serviço, afirmou que o objetivo foi alcançado. “Conseguimos retomar as características físicas e mecânicas suficientemente para mantê-las íntegras, porque são essenciais para o prolongamento da vida útil destes bens. Removemos grande parte da pintura de alguns elementos artísticos, como o Altar-Mor, onde chegamos à pintura original em maior parte e conseguimos uma leitura muito boa do original e das intervenções”, explicou.
Para padre Paulo, a restauração completa do local só foi possível graças aos esforços de toda população. “Em Congonhas houve um trabalho muito bem feito, primeiro pensando-se na base, para depois recuperar os elementos artísticos, respeitando-se as etapas. Nunca vi um local assim, onde o povo, a Administração Municipal e outras lideranças, o Ministério Público, o Iphan e a Arquidiocese são tão preocupados com igreja. Agora nós, padres, o fiel, o peregrino e o turista cultural precisamos nos conscientizar sobre a necessidade de preservar nosso patrimônio”.
Paranaense, Conceição Severino, exerce atividades na matriz desde 1975, sendo, desde 2000, zeladora e sacristã. Para ela, esta obra representa um grande avanço. “Hoje, quando olho para o Arco do Cruzeiro, fico tão feliz e não vejo a hora de chegar o dia da inauguração para que todos vejam o resultado deste trabalho. A igreja é lugar de acolhida e agora apresenta muito melhores condições para a realização das atividades pastorais. As pessoas já vão chegar com mais vigor e entusiasmo”, finaliza Conceição.
Peças encontradas
No início dos trabalhos foram encontras ferramentas, que segundo indícios, são do artista Francisco Vieira Servas (1720/1811). Sérgio relembra o momento emocionante, quando dois malhos e uma verruma foram encontrados no Arco do Cruzeiro. “Tudo leva a crer que as ferramentas pertenceram ao entalhador português, Francisco Vieira Servas. Esta descoberta tem muito a contribuir até para o estudo da obra de Servas. A Matriz poderá se tornar foco de estudos, dos quais surgirão novas teses”, afirmou
Com informações da Prefeitura de Congonhas