O Retiro Espiritual é sempre oferecido como uma oportunidade para que o seminarista revisite sua história, sua vida de fé e sua vocação. Para isso, o Seminário proporciona dois retiros anuais: o primeiro ocorre no início da Quaresma e o segundo, no mês de setembro. O objetivo é que, impulsionado pela graça de Deus recebida no retiro, o vocacionado siga com decisão e coragem no caminho do discernimento vocacional.
Neste primeiro semestre, os retiros espirituais foram realizados nas diferentes etapas da formação: A Etapa do Propedêutico realizou seu retiro entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março, sob a orientação do Diretor Espiritual do Seminário São José, Padre Lucas Muniz; a Etapa do Discipulado fez seu retiro entre os dias 6 e 9 de março, conduzido pelo pároco da Paróquia São João Batista, em Barão de Cocais (MG), Padre Bruno Gomes; a Etapa da Configuração também realizou seu retiro entre os dias 6 e 9 de março, sob a orientação do Diretor Espiritual do Seminário Dom José André Coimbra, da Diocese de Patos de Minas, Padre Cleber Faria.
Para o seminarista da etapa do Propedêutico, Carlos Henrique, o retiro foi um momento de grande crescimento. “Esse primeiro retiro espiritual foi extremamente frutífero para todos nós, tanto no aspecto individual quanto no nosso entendimento como turma, família. De forma particular, pude refletir mais profundamente sobre minha espiritualidade e fazer uma autoavaliação mais fundamentada da minha vida vocacional e humana. Nossa jornada de conhecimento e aprofundamento da fé continuará, mas o tempo que passamos juntos, em oração e silêncio, abriu muitas portas para nossa caminhada vocacional”, destaca o seminarista.
Já o seminarista do 2º ano da etapa do Discipulado e pertencente à Diocese de Januária, Luiz Eduardo, compartilhou sua experiência. “Com grande alegria no coração, participei de mais um retiro espiritual proporcionado pelo Seminário São José. O retiro é um tempo em que o coração de Deus se abre com maior largueza para derramar Sua graça e misericórdia. Este ano, orientados pelo Padre Bruno, fomos levados a meditar sobre nosso chamado, as virtudes da Virgem Maria e a esperança que não engana (Rm 5,5). De maneira especial, contemplei a imagem de Jesus, o Bom Pastor, e compreendi que devo, cada vez mais, configurar meu coração ao d’Ele. Assim, quando chamado ao ministério ordenado, não dispersarei Suas ovelhas, mas as unirei cada vez mais. Ao término do retiro, meu coração voltou à rotina renovado e fortalecido,” evidencia.
O seminarista do 1º ano da Configuração, Gabriel Soares, também expressou sua vivência durante o retiro. “A experiência do retiro espiritual é sempre um convite de Deus para reservarmos um tempo especial e voltarmos os olhos para Aquele que é essencial, que nos oferece Seu fardo leve (Mt 11,30). Neste primeiro semestre de 2025, nós, da etapa da Configuração, fomos instigados a refletir sobre cada parte do rito da Ordenação Presbiteral. Em cada momento, fomos provocados a viver, no hoje da nossa formação, a realidade sacerdotal que buscamos exercer no futuro. Esse caminho passa pelo processo de esvaziamento de si mesmo, permitindo que Deus preencha em nós o que falta para sermos verdadeiros sacerdotes vítimas, a exemplo de Cristo, que se oferece como sacrifício por amor à humanidade. Além disso, refletimos profundamente sobre como a participação do povo de Deus está intrinsecamente ligada à vida sacerdotal. O padre, mesmo indigno, é chamado por Deus e sustentado pela oração dos fiéis, a quem ele deve pastorear com zelo e amor,” ressalta.
Esses testemunhos mostram como o Retiro Espiritual continua sendo um pilar fundamental na formação dos futuros sacerdotes, ajudando-os a aprofundar sua relação com Deus e a se prepararem, com generosidade e fidelidade para o ministério ordenado.
A prática do Retiro Espiritual está inserida na dimensão espiritual do Seminário, cuja responsabilidade cabe ao Diretor Espiritual, Padre Lucas Muniz. Segundo as Diretrizes para a Formação dos Presbíteros, no nº 215, “a primeira e fundamental forma de resposta à Palavra de Deus é a oração […] um valor e uma exigência primária da formação espiritual. Esta deve levar os candidatos ao sacerdócio a conhecerem e a experimentarem o sentido autêntico da oração cristã, isto é, o de ser um encontro vivo e pessoal com o Pai pelo Filho unigênito e sob ação do Espírito Santo, um diálogo que se faz participação do colóquio filial que Jesus tem com o Pai”.
Assim, o Seminário deve ser uma verdadeira escola de oração, onde os seminaristas crescem na intimidade com Deus e, com generosidade, respondem ao chamado que lhes foi feito.
Texto e fotos: Equipe de Comunicação Seminário São José – Adaptado.