Quatro meses após ser eleito Papa, Francisco veio ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude em julho de 2013, em sua primeira viagem apostólica. No final da Jornada, o arcebispo do Rio de Janeiro, o Cardeal Orani Tempesta, destacou a presença de Francisco como um “anúncio de paz” e reconheceu que a Jornada chamou a atenção para as necessidades das periferias do Rio e do mundo.
A Jornada não apenas marcou o início do magistério de Francisco, como o aproximou do Brasil e dos jovens do país e deixou marcas profundas na vida de brasileiros que com ele puderam conviver e caminhar como Igreja. O presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB e bispo da diocese de Imperatriz (MA), dom Vilsom Basso, fez parte da comitiva brasileira que foi à Jornada Mundial da Juventude de Madrid para receber a cruz e o ícone. “Foi uma emoção tremenda receber o Papa no Rio de Janeiro com aquela multidão de jovens”, disse.
Foto de arquivo pessoal.
Dom Vilsom contou que a sua experiência mais afetiva de encontro com o Papa Francisco aconteceu no período do Sínodo da Juventude, convocado pelo Papa em 2018, período no qual ele morou na Casa Santa Marta por 28 dias e compartilhava da presença do Santo Padre nas refeições e sessões sinodais.
“Numa tarde, eu saia da Casa Santa Marta, às 16h, para ir à sessão sinodal. Ao sair, vi o Papa Francisco caminhando sozinho em direção à sala sinodal. Caminhei com ele durante uns cinco a sete minutos, tempo no qual conversamos sobre a sua preocupação e atenção com Brasil. Carrego no coração, muitas imagens do Papa Francisco, especialmente esse caminhar com ele. Quero dizer que um dia continuaremos a nossa conversa, querido Papa Francisco”.
A Patrícia Teixeira, que integra as Pastorais na arquidiocese de Porto Alegre (RS) e coordena o Observatório de Juventudes da PUCR foi uma jovem do Papa São João Paulo II e admira a consistência intelectual do Papa Bento XVI. Do Papa Francisco não esquece o sorriso, a alegria e a cultura do encontro com as juventudes.
“Nunca vou esquecer da JMJ no Rio, da qual participaram mais de 3 milhões e 500 mil jovens. Aquele encontro com Francisco impregnou o meu ser e a minha alma com a sua forma evangelizadora tão relacional e pedagógica”, disse.
Ela disse que olha para o pontificado de Francisco, com seus documentos, e vê um Papa Evangelizador para estes tempos tão áridos e de conflitos. “O Papa Francisco nos ensinou a força do amor, da bondade e da misericórdia, mostrando-nos o rosto de Deus. Estive em alguns momentos e, em todos eles , eu saia impregnada daquela espiritualidade encarnada que nos leva para uma missão como cristãos”, disse.
A irmã Flávia Gonçalves, religiosa da Congregação Discípula do Divino Pastor, responsável pela Secretaria Técnica da CNBB, disse que na JMJ Rio foi a primeira vez que pôde ver um Papa tão de perto. “A presença do Papa Francisco com seu jeito tão simples, acolhedor, divertido, afetuoso e próximo tocaram profundamente a vida de todos nós que lá estávamos. O seu carisma reacendeu ainda mais em mim o desejo de servir a Deus com entrega e alegria”, contou.
O primeiro encontro do assessor da Comissão para a Juventude da CNBB, padre Antônio Gomes de M. Filho, com o Papa Francisco também foi na JMJ do Rio. Na primeira viagem apostólica do Papa, o padre disse que Francisco convocou ao Evangelho da alegria e o anúncio da boa nova de Jesus com gestos concretos. “Em 2023, tive a oportunidade de revê-lo, mesmo que de longe, em Lisboa, na Jornada Mundial da Juventude. Em 2017, o vi no centenário da aparição em Fátima. E, em 2024, como assessor da Comissão da Juventude, estive participando do Congresso da Pastoral Juvenil, em Roma”, relembrou.
Irmã Flávia, à esquerda na foto.
Padre Antônio. Fotos: arquivo pessoal.
O casal de comunicadores Fabíola e Gustavo Huguenin se conheceu na preparação e na comunicação da Jornada Mundial do Rio de Janeiro. Eles serviram na organização da jornada nas quatro edições durante o magistério do Papa Francisco. O Rodrigo foi o autor da logomarca escolhida para a JMJ do Rio e, por conta disto, teve a oportunidade de encontrar-se pessoalmente com o Papa Francisco a quem presentou com uma placa da logo da jornada.
“Eu entreguei a ele e disse : ‘Santo Padre esse coração representa o coração dos jovens do Brasil e do mundo todo que estão aqui na Jornada. Ele elogiou, agradeceu, disse que era muito criativo e estava muito feliz com a presença dos jovens’”, disse.
A Fabíola conta que na Jornada Mundial da Cracóvia, na Polônia, já como recém casados, conseguiram entrar na audiência geral onde receberam uma bênção especial do Santo Padre. “Eu consegui realizar meu sonho de abraçar o Papa Francisco, num abraço bem fofo bochecha com bochecha. Eu nunca vou me esquecer deste momento. Era o próprio Deus me abraçando, a Igreja me abraçando, Cristo me abraçando. Como ele amava o povo brasileiro, ele estará sempre no coração do povo brasileiro assim como tenho certeza que o povo brasileiro está no coração dele”, disse.
O casal Fabíola e Gustavo falam sobre seus encontros com o Papa. Fotos: arquivo pessoal.
Por Willian Bonfim Fonte: CNBB