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Papel dos cristãos leigos e leigas é reforçado em Seminário do Laicato

12 de março de 2018 Arquidiocese

Em clima de celebração e partilha foi realizado nos dias 9 a 11 de março na paróquia de Sant’Ana, em Carandaí, Região Pastoral Mariana Sul, o II Seminário Arquidiocesano do Laicato. Refletindo sobre o tema “Cristão Leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’ a serviço do Reino de Deus” e o lema “Sal da Terra e luz do mundo”, o encontro aconteceu em sintonia com o Ano Nacional do Laicato e reforçou o papel e o espaço de atuação dos leigos na Igreja e na sociedade.

Reunindo mais de 120 pessoas, o assessor do Conselho Arquidiocesano do Laicato (CLAM), padre José Antônio de Oliveira, e vários padres da arquidiocese, a mística de abertura do Seminário foi realizada na sexta-feira (9) na igreja de Sant’Ana. Após esse momento, os participantes acompanharam uma análise de conjuntura realizada pelo coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Geraldo Martins. Em sua fala, padre Geraldo abordou sobre a realidade ambiental, o momento nacional, o discurso de ódio e intolerância e o momento eclesial.

Para o presidente do CLAM, Fábio Silva, ter uma análise de conjuntura na abertura do seminário é muito importante. “Essa análise de conjuntura é importante para nos situarmos perante a situação que vivemos e assim podermos perceber os aspectos positivos e olhar os negativos com esperança. O que refletiu no desenrolar do encontro para conseguirmos pistas de ação para transformarmos a sociedade”, explica.

Sujeitos na Igreja em saída

No sábado (10) as atividades da manhã foram realizadas na Câmara Municipal. A primeira mesa de debate propôs uma reflexão sobre a temática do seminário. Quem conduziu o assunto foi a professora da PUC Minas e assessora da arquidiocese de Belo Horizonte, Aurea Marin Burocchi.

Segundo Aurea o leigo na Igreja é discípulo missionário de Jesus Cristo e isso está no DNA de cada pessoa. “Nós não somos um enfeite ou algo que está atrapalhando a Igreja. Nós somos discípulos missionários e a ação transformadora da Igreja terá como sujeito o leigo”, disse.

Aurea reforçou que todo trabalho feito pelos leigos dentro e fora da Igreja, com o espírito cristão, é missão. “Todo trabalho nos permite falar do amor de Deus. Pelo batismo nós recebemos o mandato missionário. Nós não estamos na Igreja só para trabalhar, nós estamos na Igreja para multiplicar”, afirmou

Ressaltando o tema do seminário, a professora também disse que sal é o que da sabor e os cristãos, precisam dar sabor para essa realidade. “Nós somos o sal da esperança. Nós não podemos deixar o nosso sal, o nosso gosto bom se perder. Os cristãos são a luz para o mundo. Nós precisamos fazer as nossas comunidades serem comunidades iluminadas”, acrescentou Aurea.

Vocação e missão dos leigos

A segunda mesa de debate foi conduzida pelo vigário episcopal da Região Leste, cônego Lauro Versiani. A Exortação Apostólica pós-sinodal Christifideles laici, do Papa João Paulo II, sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo foi tema de sua fala.

Citando uma passagem de Mateus e uma de João, cônego Lauro explicou que o documento é um convite para todos fazerem parte da vinha do Senhor. “Temos um aspecto de urgência, onde ninguém deve ficar parado. Ninguém deve dizer ‘isso não é para mim’. Pois, o chamado é pessoal. Todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor”, relatou.

Cônego Lauro também ressaltou que o primeiro lugar de atuação do leigo é o mundo. “Os cristãos leigos e leigos são chamados a santificar na realidade secular em que estão inseridos”, disse. Segundo ele os trabalhadores da vinha do Senhor são formados por uma variedade de vocações. “Jovens, crianças, idosos todos são convidados. Os doentes também podem ser colaboradores da vinha do Senhor. Eles podem dar testemunho do amor”, disse.

Programação

Para aprofundar os debates os participantes se dividiram em oficinas sobre os temas: família, mundo do trabalho, participação política e democracias, a comunicação a serviço da cultura e da educação, casa comum, superação da violência e da educação e juventude.

A programação do sábado foi encerrada com uma missa presidida pelo arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha. No domingo (11) foi realizado uma plenária das oficinas e trabalhado a periferia da pobreza e o Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAE). Uma carta compromisso foi aprovada no final do Seminário.

O presidente do CLAM, Fábio avaliou de forma positiva o seminário. “Eu destaco a alegria dos leigos e leigas de Carandaí em se colocar a serviço nas diversas equipes, sempre muito preocupados com nosso bem estar, as orações que nos colocavam em sintonia com o que estávamos discutindo e que nos alimentava de esperança em Cristo, vivo e libertador. A presença e visita de vários padres, dos seminaristas e de nosso arcebispo demonstrando esse espírito de comunhão que deve estar presente em nossa caminhada de evangelização, as palestras, as oficinas, a apresentação das experiências exitosas, que sem dúvida alguma nos inspirou e nos motivou para continuarmos firmes no caminho. Por fim a alegria de cada um, leigo e leiga, em estar naquele espaço, se reconhecer como trabalhadores da vinha do senhor, animados para continuar o discipulado e missão nas diversas comunidades de nossa arquidiocese”, disse Fábio.

A participante Neide Aparecida, de Santa Bárbara, disse que o Seminário foi muito bom. “Essa é a primeira vez que eu participo e foi muito proveitoso pensar no nosso papel de leigos. Eu também muito boa a participação das regiões e todo o conteúdo apresentado foi muito enriquecedor”, conta Neide.

Leia também: Carta Compromisso do II Seminário Arquidiocesano do Laicato