Trabalhadores de Congonhas se uniram na manhã dessa quinta-feira(15), na Praça Juscelino Kubitscheck (JK), em frente a prefeitura, para manifestar em defesa do turno de 6 horas e por mais investimentos das mineradoras da cidade na geração de empregos em outros setores.
De acordo com padre Paulo Barbosa, pároco da paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Congonhas, a manifestação aconteceu como um ato de defesa da vida e do trabalho. “Nós estamos aqui presentes como cristãos, cidadãos e também como Igreja Católica. A gente coloca o aspecto de que o trabalho é um dom de Deus, mas também é um direito, uma necessidade e poderia ser um prazer também se não fosse ameaçado como é hoje”, afirmou o padre, fazendo referência a implementação do turno de 12 horas de trabalho em uma das mineradoras da cidade, um dos principais motivos da manifestação.
“A gente sente hoje também o padecimento, a fraqueza e a fragilidade justamente das ameaças de tudo isso que se impõe sobre a vida do povo. Ameaça de desemprego, falta de organização, feminicídio (morte de mulheres) e, também, a pressão sobre os trabalhadores em geral. E onde está a esperança? Primeiramente está na fé de quem acredita e de quem se coloca como um peregrino, como alguém que confia em Deus. Em segundo lugar, está na luta, isto é, na capacidade de gritar, de clamar, de não se atemorizar frente a essa realidade. Em terceiro lugar, está na organização dos trabalhadores em favor da vida, em favor dos direitos”, disse o padre.
O ato, marcado para às 11h, também se uniu a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, que foi assassinada na noite da última quarta-feira. “Tivemos uma palavra de solidariedade com todos os que lutam contra a violência, não através da própria violência, mas através da mobilização, da organização, dos direitos humanos”, relata o padre.
Foto: Metabase