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Iniciado 7º Fórum Social Pela Vida em Barão de Cocais

27 de setembro de 2019 Arquidiocese

“Nós não estamos sós, Deus ouve o nosso clamor”, ressaltou o coordenador da Dimensão Sociopolítica, responsável pelo 7º Fórum Social pela Vida, padre Marcelo Santiago, na abertura do evento, realizada na noite desta quinta-feira (26), no Ginásio Poliesportivo da cidade de Barão de Cocais. Até o próximo domingo (29), cerca de 400 participantes da Arquidiocese e dioceses vizinhas, participarão da programação desta sétima edição.

“Ele caminha conosco. É nosso aliado nas muitas batalhas pela vida, dignidade, justiça e paz”, continuou o padre, que também associou a leitura feita da passagem do Livro do Êxodo com a realidade vivida pelos participantes. “Como a Moisés, Deus usa a todos nós, nos chama para sermos instrumentos dele na libertação do seu povo. Barão de Cocais se torna o lugar da Sarça Ardente, da manifestação de Deus nesses dias para a vida e libertação da nossa gente”.

O coordenador reforçou os clamores pelos quais o Fórum busca lutar, baseando-se no tema desta sétima edição A terra clama por justiça e os pobres por direitos. “O clamor dos povos da Amazônia pelo respeito e sustentabilidade, o clamor dos atingidos e atingidas da parte de Bento Rodrigues, Mariana e Brumadinho contra as mineradoras que, com o rompimento de barragens, ceifaram vidas, geraram caos social e ambiental”, disse.

Ele também deu destaque a situação de cidades do circuito da mineração, como Barão de Cocais, Congonhas e Itabira, que vivem com a possibilidade do rompimento de barragem, e concluiu pedindo aos participantes que abrissem o coração e os ouvidos a voz de Deus. “Mais uma vez Ele nos traz uma palavra de coragem, ternura, fé e libertação. Digamos sim ao chamado que ele nos faz”, convidou.

 

Memória

Durante a cerimônia de abertura, a coordenadora paroquial da Paróquia São João Batista, Marília, e o coordenador da Pastoral da Juventude da paróquia, Edson Geraldo, fizeram memória das seis edições anteriores do Fórum, realizados em Ouro Branco (2001), Ouro Preto (2004), Barbacena (2007), Ponte Nova (2010), Piranga (2013) e Conselheiro Lafaiete (2016). Os temas abordados foram, respectivamente: “A fé sem obras é morta”, “Fome e sede de justiça”, “Vida e dignidade: nossa missão neste chão”, “Economia e ecologia a Serviço da Vida”, “Por um Estado do Bem Viver” e “Cuidar da Casa Comum”.

As 19 mortes ocorridas em 2015 com o rompimento da Barragem Fundão, e as 249 ocorridas este ano em Brumadinho, além das 21 pessoas que permanecem desaparecidas, também foram lembradas. Marília e Edson também destacaram a situação mais recente, ocorrida no dia 8 de fevereiro de 2019, quando as sirenes soaram em Barão de Cocais, devido ao risco de rompimento da barragem do Gongo. “O povo sai assustado das casas. A ordem é sair às pressas, levando apenas documentos e a roupa do corpo. […] São todos trazidos para esse ginásio onde estamos agora. Aqui são catalogados e enviados para hotéis da cidade, de Santa Bárbara e Caeté. Até hoje não puderam voltar para suas casas. Uma lama invisível atingiu e vem atingindo até hoje esse povo”, narraram.

 

Programação

Na manhã desta sexta-feira (27), o arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, esteve no evento para uma saudação. Os participantes participam agora da primeira conferência, que tem o título do tema desta sétima edição: “A terra clama por justiça e os pobres por direitos”.

Ao longo do dia, haverá o segundo painel, que refletirá as Políticas Públicas e Mineração, troca de mudas e sementes e o envio dos participantes para as comunidades de Barão de Cocais, nas quais ficarão até amanhã (28).

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