Aos amigos – irmãos no Sacerdócio Ministerial
“Junto ao Senhor procuro refúgio” (Sl. 10)
Nestes tempos difíceis de pandemia do Coronavírus (Covid-19) somos chamados a externar “um só o coração em uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia e humildade” (1 Pd 3,8). O que nos irmana enriquece para o combate que nos foi imputado.Somos pastores de um rebanho sem poder abraçá-lo, tocá-lo e sentí-lo mais acentuadamente. Contudo, o que nos alegra e fortalece é o poder da graça de que somos instrumentos para aproximar o povo de Deus, da Igreja e da paz interior.
O QUE NOS CONECTA COM DEUS E COM O POVO?
A Eucaristia, pão vivo do céu, atualiza o sacrifício de Jesus na cruz, neste contexto sofrido por que passa a humanidade. O mistério que celebramos chega a todos através da oração pessoal, da celebração e da comunicação que exercemos na Palavra. Como têm feito bem as celebrações que os irmãos padres ministram em favor do povo! A conexão da fé, instrumentalizada pelos MCS, internaliza-se nos corações fiéis que comungam na espiritualidade da consciência e da piedade.
A Igreja, Sacramento do Reino, é Mãe e Mestra. Através de nossos pastores, bispos e o Santo Padre, configuramo-nos ao Sumo e Eterno Sacerdote. A fé suscita esperança neste tempo de provação. Movidos pela fé, exercitamos a caridade. Tudo passa, mas a Palavra de Deus permanecerá viva. Como é edificante o Papa Francisco nos encorajando e testemunhando sua solidariedade espiritual e material! No recolhimento, na interiorização e na ação da caridade agimos em favor dos que vivem uma situação angustiante. Quantos não têm condições mínimas para enfrentar a fome, a miséria e a carência dos bens mais elevados da vida!?
Sabemos do testemunho de tantos padres no cuidado com outros padres idosos, enfermose necessitados de atenção e amizade. Mais que os discursos e oratórias é a partilha conforme a necessidade de cada um (At 4, 32-35). Não nos desanimemos e não nos entreguemos à tibieza, ao cansaço da desesperança e nem ao marasmo das forças inexistentes.
Ajudemos nosso povo a encontrar alento, paz e os bens necessários junto aos órgãos competentes e a força da oração e da harmonia na Igreja doméstica.
Nossa luta é alimentada pela fraternidade, consciência, maturidade e pela certeza de que Cristo caminha conosco. Somos responsáveis para cuidar da Casa Comum; do contrário, ela será devastada pelo vírus do individualismo, da ganância e da ambição.
Aos irmãos diáconos permanentes e transitórios auguramos força criativa e luz no caminho. A diaconia é inerente ao ministério de dedicação aos enfermos, excluídos e fragilizados pelo sistema imperante. Mantenham-se alicerçados na Palavra e na Eucaristia para prosseguirem seu ofício eclesial. Sua casa também seja lugar do encontro familiar com o Deus da vida!
Maria, a Mãe dos sacerdotes nos acompanhe com São José: padroeiro das vocações. Se Ele, Jesus, é o Pastor, nada nos faltará (Sl. 22).Muita força, saúde física/espiritual e coragem no caminho de todos! Jesus Cristo, o Crucificado e Ressuscitado, caminhe conosco!
26 de março de 2020
Padre Paulo Barbosa – Pelos representantes dos Presbíteros