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Missão em tempos de pandemia: padre Juquinha relata sobre as atividades na arquidiocese de Porto Velho

14 de julho de 2020 Arquidiocese

O atendimento às pessoas em situação de rua, migrantes e necessitados são algumas das atividades do padre José Geraldo da Silva (padre Juquinha). O presbítero está em missão no norte do país, na arquidiocese de Porto Velho (RO), onde participa do Projeto “É tempo de Amar e Servir”. 

A iniciativa, que está sendo realizada desde março, é uma das medidas adotadas pela arquidiocese na pandemia da Covid-19. “Esse projeto veio como consequência de um projeto anterior, o ‘Levanta-te e anda’. Ele tinha como objetivo a acolhida de pessoas em situação de rua, porém em um ambiente menos propício. Diante da pandemia, foi necessário se adaptar às exigências sanitárias, fazendo com que o projeto inicial fosse revisto e reestruturado”, explicou.

Diariamente, cerca de 170 pessoas são atendidas. Elas recebem alimento, banho e espaço para lavagem de roupas. “A alimentação é disponibilizada pela Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (SEMASF) e a Arquidiocese de Porto Velho, que também sede o espaço físico para a realização do projeto, que acontece nas dependências da paróquia Sagrada Família. As atividades são realizadas por voluntários seguindo todas as recomendações de segurança”, ressaltou o padre.

Além desta ajuda imediata, são oferecidas também cestas básicas para famílias carentes previamente cadastradas e devidamente assistidas e a realização de um bazar solidário, visando recursos para manutenção do projeto.

“Outro serviço oferecido foi a testagem de todos os voluntários e atendidos pelo projeto, salvaguardando a integridade física daqueles que estão ali. O ambiente onde é realizado o projeto é desinfectado frequentemente”, sublinhou padre Juquinha.

 

“Diante do convite do arcebispo, Dom Roque Paloschi, que acolhi de bom grado, veio em minha mente a pessoa do saudoso servo de Deus Dom Luciano, que seguramente estaria com a mão na massa diante da realidade que estamos vivendo”.

 

Segundo ele, o relacionamento entre os voluntários e os assistidos cresceu muito no respeito e na fraternidade. “Presenciamos um ambiente familiar, próximo, de atenção. Cada um faz a sua parte. Nós, voluntários, preparamos tudo que está ao nosso alcance, observando todas as exigências sanitárias e uso dos epis requeridos, e atendemos os assistidos com a devida prudência e observância das orientações dadas diariamente (uso de máscaras, distanciamento mínimo e convivência serena entre eles)”, disse. Ele também afirma o crescimento da juventude voluntária neste tempo. “Tem crescido o número de jovens que procuram o projeto para ajudar, bem como a presença da CRB Feminina (Conferência dos Religiosos do Brasil) que se tem feito presente de maneira sistemática”.

Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”

Padre Juquinha acredita que o projeto “É tempo de Amar e Servir” está em sintonia com a Campanha da Fraternidade (CF) 2020, que tem como lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.

“Além de ver a necessidade do outro, vemos o rosto do outro, daquele que muitas vezes sofre discriminação por estar em situação de rua, por ser carente, por não cumprir o estereótipo social. A Arquidiocese de Porto Velho, através deste projeto, vive aquilo que foi proposto pela CF 2020, compadece-se destes irmãos e irmãs, reza por eles, mas cuida de maneira efetiva”, disse.

Covid-19 em Porto Velho

A Região Norte do país também está sendo bastante afetada pela Covid-19 e os números de casos confirmados e óbitos atribuídos ao coronavírus têm crescido diariamente. Padre Juquinha explica que não existe entre os governantes locais uma harmonia quanto às orientações práticas. “Teoricamente estamos, nesta semana, em isolamento restritivo de 15 dias, iniciado no último dia 29 de junho, mas percebemos um movimento quase normal na cidade, lojas abertas, pessoas nas ruas, o não cumprimento de um distanciamento social, quase que uma indiferença quanto a situação. Tudo isso, é agravado pela falta de estrutura hospitalar para tratar ou acompanhar os que foram infectados. Os hospitais estão cheios, faltam leitos de UTI, respiradores, medicamentos e profissionais para o enfrentamento da pandemia”, finalizou.