“Estende a tua mão ao pobre” (Sir 7,32), é o tema da IV Jornada Mundial dos Pobres que será realizada de 8 a 15 de novembro de 2020.
Há quatro anos, com a instituição do Dia dos Pobres, o papa Francisco vem a provocar a Igreja para olhar, refletir, agir, rezar e estar com os pobres. Na mensagem deste ano ele diz: “O encontro com uma pessoa em condições de pobreza não cessa de nos provocar e questionar. Como podemos contribuir para eliminar ou pelo menos aliviar a sua marginalização e o seu sofrimento? A comunidade cristã é chamada a coenvolver-se”.
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, em vídeo para a mobilização da IV Jornada Mundial dos Pobres (JMP), ressalta: “Entre os muitos males que ameaçam o mundo, está a pobreza e o crescente vazio existencial. Ambos ameaçam a vida e ferem a dignidade humana”. Segundo o arcebispo, “a solidariedade pode tornar-se o antídoto poderoso para enfrentar esses dois males”. Ele ainda brada que a pobreza e a miséria devem causar inquietação e se desdobrar em ações transformadoras.
No Brasil, no período de 2014 a 2018, a renda dos 40% mais pobres caiu, em média, a queda foi de 1,4% por ano. O número equivale a 85 milhões de pessoas em situação de empobrecimento, segundo o Banco Mundial, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). De acordo com a pesquisa, houve um alívio temporário ao longo de 2020 com a renda emergencial. Contudo, as pessoas voltarão à situação anterior após o fim do benefício, em dezembro deste ano. Dez milhões de brasileiros ficam pelo menos um dia da semana sem comer. Com isso, o País registrou o pior desempenho da América Latina de acordo com quadro comparativo da evolução da pobreza extrema, da pobreza e da desigualdade entre os países latino americanos, segundo o Banco Mundial.
Em atenção à crescente pobreza, em sintonia com papa Francisco e com a Igreja do Brasil, numa ação conjunta, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB, o Setor de Campanhas da CNBB, o Setor de Comunicação da CNBB, a Cáritas Brasileira, a Pastoral da Mulher Marginalizada, a Pastoral do Povo de Rua, a Operária, a Pastoral Carcerária, o Conselho Pastoral dos Pescadores, o Conselho Nacional do Laicato do Brasil, o Serviço Pastoral dos Migrantes, a Articulação das Pastorais do Campo, a Rede de Notícias da Amazônia e a Signis Brasil lançam o material para a mobilização da Jornada Mundial dos Pobres de 2020, que será realizada de 8 a 15 de novembro. A proposta é estar com as pessoas em situação de pobreza, rezar com elas e também lutar por políticas públicas, econômicas, reformas dos programas sociais e ações de erradicação da extrema pobreza e combate à desigualdade social.
Os materiais disponibilizados para a mobilização, reflexão, oração e memória da IV Jornada Mundial dos Pobres serão: o tríduo (roda de conversas e debates), programas para emissoras de rádio e conteúdos para as redes sociais, construídos a partir de histórias das pessoas que vivem a situação do empobrecimento.
No dia 20 de novembro de 2016, na conclusão do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, o papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Na mensagem de lançamento ele disse: “Este dia pretende estimular, em primeiro lugar, os crentes, para que reajam à cultura do descarte e do desperdício, assumindo a cultura do encontro. Ao mesmo tempo, o convite é dirigido a todos, independentemente da sua pertença religiosa, para que se abram à partilha com os pobres em todas as formas de solidariedade, como sinal concreto de fraternidade”.
No Brasil, a CNBB confiou à Cáritas Brasileira a animação e a mobilização do Dia Mundial dos Pobres. A entidade, nesse período, já realizava a Semana da Solidariedade – para pensar e agir por um país justo, fraterno, igualitário, solidário e amoroso, por ocasião de seu aniversário de fundação, 12 de novembro de 1956. Com isso, a Igreja do Brasil assume a Jornada Mundial dos Pobres.
Material da IV Jornada Mundial dos Pobres
Mensagem do presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo