Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (01), o Papa Francisco denunciou as diversas formas de violências cometidas contra as mulheres e pediu aos fiéis que protegessem as vítimas. “Hoje, ainda existem mulheres que sofrem violência. Violência psicológica, violência verbal, violência física, violência sexual. O número de mulheres espancadas, ofendidas e violadas é impressionante”, disse o pontífice.
“Os testemunhos das vítimas que se atrevem a quebrar o silêncio são um grito de socorro que não podemos ignorar. Não podemos olhar para o outro lado”, enfatizou o pontífice na edição de fevereiro de “O vídeo do Papa”, em que aborda a intenção de oração que ele confia a toda Igreja Católica para o mês.
Segundo dados da ONU Mulheres, atualizados em novembro de 2020, 137 mulheres no mundo são mortas todos os dias por membros de suas próprias famílias; as mulheres adultas representam quase metade das vítimas de tráfico de pessoas; e, globalmente, uma em cada três mulheres já sofreu violência física ou sexual. Além disso, no ano passado com o agravamento da pandemia, provocando restrição de movimento, distanciamento social e insegurança econômica, também aumentou a vulnerabilidade das mulheres à violência na esfera privada.
Na mensagem para este mês de fevereiro, o Papa pede pela proteção dessas vítimas nas sociedades. E, embora pelo menos 155 países tenham aprovado leis sobre violência doméstica e 140 tenham legislação sobre assédio sexual no local de trabalho, para dar dois exemplos, isso não significa que sempre cumpram as normas e recomendações internacionais ou que elas sejam aplicadas.
O padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, disse que “o apelo do Santo Padre é muito claro: ‘Não podemos olhar para o outro lado.’ Em outras palavras, não podemos ficar de braços cruzados diante de tantos casos de violência contra as mulheres, que se manifestam de múltiplas formas, das mais visíveis e indizíveis às mais insidiosas e inconscientes. A violência contra as mulheres em todas as suas formas é um grito aos céus. Francisco disse várias vezes: ‘Toda violência infligida às mulheres é uma profanação de Deus, nascido de uma mulher. A salvação para a humanidade veio do corpo de uma mulher: pela maneira como tratamos o corpo de uma mulher, compreendemos nosso nível de humanidade’”. O diretor, então, reforçou o convite do Papa: