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Vacinação: um ato em defesa da vida

07 de abril de 2021 Arquidiocese

Nesta terça-feira, 07 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Saúde, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), criada na mesma data em 1948. Para esta ocasião, a instituição promove uma campanha para construir um mundo mais justo, equitativo e saudável após a pandemia.

Atualmente, o Brasil se encontra em seu pior momento da pandemia. Nesta segunda-feira (06), segundo dados do consórcio de imprensa, o país registrou, pela primeira vez, a marca de 4.211 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 337.364 vítimas.

Ainda, de acordo com dados do consórcio de imprensa, atualizados às 20h de ontem, 20.828.398 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, enquanto a segunda dose foi aplicada em 5.881.392 pessoas.

Por essa razão, o Departamento Arquidiocesano de Comunicação (Dacom) compartilha a entrevista com o Bispo Diocesano de Campos (RJ) e Referencial da Pastoral Nacional da Saúde, Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, publicada na última edição do Jornal Pastoral. Na conversa, Dom Roberto falou sobre o papel da Igreja na defesa da vacinação e da saúde pública.

Dom Roberto é o Bispo Referencial da Pastoral Nacional da Saúde. Foto: Arquivo pessoal

Jornal Pastoral: A Igreja, em suas campanhas, sempre defendeu a vida. De que forma ser a favor da vacina para todos é uma forma de defender a vida?
Dom Roberto: A vacina é um procedimento médico que nos imuniza contra a Covid-19, sendo, até agora, o único meio eficaz de sair desta pandemia, garantindo a vida gravemente ameaçada. As vacinas até agora foram utilizadas com sucesso para superar as grandes pandemias. [Entretanto], o negacionismo é criminoso, pois se opõe à ciência e à salvaguarda da vida humana.

Jornal Pastoral: As fake news e outros tipos de desinformação têm prejudicado as ações de combate e prevenção à pandemia e, agora, a vacinação, colocando muitas vezes em risco a integridade da saúde das pessoas. Qual deve ser o papel desempenhado pela comunidade cristã no combate à desinformação e em defesa da vacinação? A Pastoral da Saúde realizou alguma ação nesse sentido?
Dom Roberto: A comunidade eclesial, através de seus pastores e, especificamente, da Pastoral da Saúde, dos médicos e demais agentes sanitários católicos, deve ser firme e, claro, contribuir e motivar o processo de vacinação em massa. Além disso, [deve] alertar a população sobre as fake news, mostrando as consequências danosas e até letais destas narrativas falsas e mitológicas sobre a vacina, que deixam as pessoas com dúvidas e perplexas, levando algumas mais impressionáveis a desistirem da vacina arriscando seriamente suas vidas e a dos seus familiares. As lives, encontros, presença nos Conselhos de Saúde e comunidades terapêuticas têm sido as atividades de comunicação e conscientização sobre a vacina realizadas pela Pastoral da Saúde.

Jornal Pastoral: Quando a comissão do Vaticano fala de vacina para todos, ela se baseia em princípios básicos da Doutrina Social da Igreja. Quais princípios são esses?
Dom Roberto: O mais importante é o princípio da dignidade da pessoa humana e a inviolabilidade da vida humana. Os outros se derivam destes e são: a justiça social, a solidariedade, a destinação comum dos bens da Terra, a opção pelos pobres, os princípios da bioética “que são beneficência, não maleficência, equidade, justiça social e autonomia, ou seja, do direito à recebê-la”, e o princípio constitucional civil, que é a saúde como direito de todos e dever do Estado.

Jornal Pastoral: Em sua primeira mensagem de 2021, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defendeu que a vacina contra a Covid-19 é um direito de todos os brasileiros. Segundo a presidência da CNBB, é imprescindível que todos caminhem juntos, solidariamente, sem exclusões para a erradicação da Covid-19 do mapa do Brasil. Dessa forma, como os cristãos e cristãs devem continuar agindo neste contexto da pandemia e começo da vacinação?
Dom Roberto: Exercendo sua cidadania através da opinião pública, os debates e o controle social através do Sistema Único de Saúde (SUS) e os conselhos da saúde, garantindo a universalização da vacina.

Jornal Pastoral: Qual o papel da Igreja na defesa da saúde pública no Brasil?
Dom Roberto: Fortalecer e garantir o financiamento do SUS e o controle social, evangelizar e contribuir na formação ética e humana dos agentes sanitários, defender integralmente o direito à vida, os direitos sociais, a justiça e saúde ambiental da Casa Comum e os direitos dos pacientes e usuários do sistema de saúde. Finalmente, esclarecer e apresentar o conceito amplo e abrangente de saúde e plenitude humana em todas as dimensões: corporal, mental, ambiental e espiritual.

Foto da capa: Reprodução Pixabay

Com informações do G1 e da OMS