Na parte da tarde desta quarta-feira, 26 de maio, o Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) continuou sua reunião apresentando uma análise de conjuntura eclesial.
A análise é feita por um grupo específico, que foi instituído em agosto de 2019, para este fim. O texto aborda diferentes aspectos da realidade brasileira como o contexto da pandemia da Covid-19 e a democracia brasileira em tempos de crise.
Na análise desta tarde, apresentada por dom Francisco Lima Duarte, membro do grupo interdisciplinar de análise de conjuntura da CNBB, foram feitas considerações sobre as ações do governo brasileiro para o enfrentamento da crise pandêmica. O grupo avaliou os cortes feitos nas áreas de educação, assistência a populações vulneráveis (como os ribeirinhos) e os serviços públicos no Brasil.
O grupo ponderou que a desigualdade social se aprofundou durante a pandemia. “A população passa por momentos dramáticos”. A questão ambiental no Brasil também foi citada como um problema pelo grupo.
Na sequência, os bispos tiveram a oportunidade de tecer comentários e fazer suas observações sobre a análise de conjuntura. “Eu acho que essas análises de conjuntura têm sido uma grande retomada na CNBB. A equipe trabalha muito e os membros são pontuais”, afirmou o bispo-auxiliar e Belo Horizonte e presidente da Comissão para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol.
O presidente da CNBB fez coro e elogiou o trabalho da Equipe de Análise de Conjuntura. “O ver da análise nos instiga ao ponto de nós nos sentirmos incomodados. Há um desmonte, um descompasso civilizatório. A Igreja tem uma importante tarefa. Nós estamos profundamente desafiados, em nome do Evangelho, a darmos uma resposta. As coisas estão desandando cada vez mais e precisamos ajudar a recompor”, disse.
O assessor político da CNBB, padre Paulo Renato, falou aos bispos sobre os encaminhamentos da Campanha Junho Verde, uma iniciativa da CNBB. Explicou sobre as tratativas que foram feitas ainda em 2019, até que o projeto fosse aprovado pelo Senado Federal e seguisse para a Câmara.
O projeto que institui a Campanha foi aprovado pelo Senado Federal, em votação simbólica e unânime, no último dia 11 de maio. A proposta é que a Campanha seja promovida anualmente pelos Poderes públicos federal, estadual e municipal, com o objetivo de desenvolver o entendimento da população sobre a importância da conservação dos ecossistemas e do controle da poluição e da degradação dos recursos naturais.
O PL 1.070/2021, dos senadores Jaques Wagner (PT-BA), Confúcio Moura (MDB-RO) e Fabiano Contarato (Rede-ES), segue agora para a Câmara dos Deputados. A campanha, prevê a lei que institui o Junho Verde, deverá divulgar informações sobre o estado de conservação do meio ambiente e sobre as maneiras de participação ativa da sociedade para a sua salvaguarda. Também terá ações de fomento à conservação e ao uso de espaços públicos urbanos para atividades culturais e de educação ambiental.
Em vigor desde o ano passado, a Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD) afeta a Igreja em diversos âmbitos e tem sido estudada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de modo a aplicá-la em suas rotinas administrativas, bem como auxiliar as dioceses nesse mesmo processo. A CNBB vem fazendo um processo sistemático de abordagem e aplicação das indicações da norma. A Conferência já realizou dois encontros virtuais buscando explicar as implicações da lei na vida das dioceses. Foi apontada a necessidade de envolver outros atores para entender melhor o contexto e processos relacionados, bem como as implicações que podem ser, em alguns casos, graves.
Por isso, na reunião do Consep, o secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, disse que era hora de avançar dando espaço à formação. O consultor de gestão da CNBB, José Luna, a convite de dom Joel, falou sobre uma proposta de capacitação, a ser oferecida pela CNBB, voltada para as dioceses, focada na realidade brasileira.
A proposta da formação é dar um entendimento amplo sobre a lei e seus impactos no âmbito diocesano, mitras e paróquias. O curso será online, ao vivo, organizado pela Edições CNBB, com taxa de inscrição. O módulo I será dedicado ao episcopado, com carga horária de 8h, previsto para a primeira quinzena de julho. O módulo II será focado nos assessores, colaboradores da mitra e das paróquias, secretários executivos. Terá 14h de carga, com previsão de início na segunda quinzena de julho. Já o módulo III será dedicado aos TI’s das dioceses. Terá 14h, com previsão de início na primeira quinzena de agosto.
O secretário executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, apresentou aos bispos os encaminhamentos da Campanha da Fraternidade 2022, que tem como tema “Fraternidade e Educação” e lema “Fala com sabedoria, ensina com amor”. O objetivo da CF 2022 é promover um diálogo sobre a realidade educativa no Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário. Além disso, buscar conhecer o contexto da educação e seus desafios potencializados pela pandemia.
Na ocasião, padre Patriky tratou sobre a preparação do texto-base e informou que o mesmo ainda está em fase de elaboração e recebendo contribuições. A letra do hino e a identidade visual da CF 2022 também foram alvos de votação e avaliação por parte dos bispos. Os escolhidos deverão ser apresentados no site da CNBB na próxima sexta-feira, 28.
Dom Mário Antônio, vice-presidente da CNBB, falou sobre a Ação Emergencial “É tempo de Cuidar”. O início da segunda fase da Ação Solidária Emergencial se deu no Domingo da Misericórdia, 11 de abril, quando todas as comunidades e paróquias católicas do Brasil foram convidadas a repicar os sinos salientando a importância da manifestação de sinais de esperança, fé e solidariedade diante das mortes pela Covid-19. Já o padre Patriky apresentou os novos materiais e as novas ações que estão sendo pensadas para essa segunda fase, como a Semana de Mobilização, que deverá ocorrer no dia 8 de junho.
Texto e imagens: CNBB
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