De 13 a 20 de junho próximo, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) realizam a da 36ª Semana do Migrante, este ano com o tema “Migração e diálogo”. O lema adotado apresenta um questionamento bíblico: “Quem bate à nossa porta?”
Segundo o bispo de Pesqueira (PE) e presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes e referencial do Setor de Mobilidade Humana da CNBB, dom José Luiz Ferreira Salles, abordar essa temática significa estar disposto a ser uma Igreja em saída, sempre.
“Querer dialogar é sinônimo de quem se abre para a não intransigência. É estar aberto a viver com os diferentes. É criar cenários que propiciem soluções eficazes a partir do diálogo e de uma atitude desprovida de autoritarismos”, afirma.
Dom José Luiz convida a vivenciar a 36ª Semana do Migrante, neste tempo de “pandemia e pandemônios”, com o olhar e o coração atentos a quem “bate à tua porta” e, assim, abrir-se ao mundo e ampliar os laços do amor, da fraternidade e da justiça, esperançando em comunhão com a Igreja.
O material base está organizado a partir do método “Ver” (com os rostos e as histórias que se refletem em estatísticas os fluxos migratórios), Já o “Julgar” convida, à luz dos textos bíblicos, à promoção da migração em diálogo. O “Agir” acena sobre a necessidade de ir além e abrir-se a quem bate à porta.
“Não basta o reconhecimento da pluralidade; não basta a coexistência pacífica com o diferente; não basta o diálogo. O conceito de compromisso tem a ver com um programa de atividades centradas nas causas dos migrantes e refugiados. Aqui estão em jogo as ações sociopastorais e os atores”, sugere o Texto Base.
Segundo dom José Luiz, autor da apresentação, o Texto Base provoca à reflexão, a dimensão do diálogo e a riqueza cultural no processo migratório, mas lembra, também, que essa dinâmica pode acirrar os ânimos do rechaço ao diferente, ao outro, à outra.
“A migração, por si só, é já uma abertura ao diálogo. Querendo ou não, o ato de migrar provoca um potencial confronto dialógico. Pôr-se a caminho equivale a pavimentar a via para um intercâmbio entre diferentes expressões culturais e valores. Deslocar-se pressupõe ou estimula troca de valores”, traz o texto.
O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sociotransformadora da CNBB, interpela a todos para pensarem sobre o “que os cristãos/católicos podemos fazer no sentido de pressionar por leis migratórias mais justas e inclusivas e que levem em conta os direitos humanos dos migrantes?”
Dom José lembra que o Texto Base deste ano, à luz da parábola do Bom Samaritano e a partir da Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, faz o convite diante da realidade migratória: “abrir-se à sensibilidade, à solidariedade e ao profetismo”.
“O SPM e CNBB acenam à todas as instituições da Igreja no Brasil e da sociedade que atuam com migrantes e refugiados a somarem-se à 36ª Semana do Migrante na temática Migração e diálogo e a refletir conosco sobre a pergunta: ‘Quem bate à nossa porta?’”
Deus de todos os povos, que amas a todos com amor de Pai,
e aos empobrecidos com infinita bondade e compaixão.
Gratidão por tua presença benfazeja em nossas vidas,
pois não somos nada sem ti.
Renova nossa fé e nossas forças para seguir lutando
em meio a tanta dor e dificuldades.
Acolhe em teus braços aos que nos deixaram,
vítimas da pandemia e do descaso.
Aumenta nossa capacidade de diálogo
com quem pensa diferente de nós.
Torna-nos mais humanos,
repletos de respeito pela Mãe Terra.
Desperta em nós a solidariedade
e a capacidade de acolher e integrar,
especialmente aos migrantes, nossos irmãos.
Amém!
Acesse os materiais de apoio:
Oração da 36ª Semana do Migrante
Texto Base da 36ª Semana do Migrante
Roda de Conversa da 36ª Semana do Migrante
Texto e imagens: CNBB
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