“Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!” é o lema do 26° Grito dos(as) Excluídos(as), agendado para o dia 7 de setembro. Neste ano, o evento irá trabalhar dois eixos: miséria, preconceito e repressão e queremos trabalho, terra, teto e participação.
Segundo o assessor arquidiocesano da Dimensão Sociopolítica, padre Geraldo Martins, essas temáticas são atuais. “Esses temas são de muita atualidade considerando, de um lado, a profunda divisão presente em nossa sociedade que assiste a condenáveis manifestações de intolerância, fundamentalismos e radicalismos, que obstruem o diálogo e a construção do bem comum. De outro lado, considere-se a abissal desigualdade social que caracteriza o Brasil, agravada por decisões políticas que jogam por terra conquistas históricas importantes, alcançadas com muita luta e suor por trabalhadores e trabalhadoras, comunidades tradicionais e pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social. Em situação tão grave, ninguém pode se omitir, muito menos a Igreja cujo compromisso com o Evangelho a obriga a tomar partido de forma mais decidida e profética em favor dos pobres e excluídos”, disse.
Na arquidiocese de Mariana esses assuntos já são trabalhadas pelas pastorais e movimentos. Padre Geraldo destaca que esses temas inserem-se no compromisso social da fé cristã que decorre do Evangelho. “Devem, portanto, fazer parte de todo serviço evangelizador da Igreja. Trazem uma transversalidade que deve perpassar todas as pastorais e movimentos eclesiais. A respeito do compromisso social da evangelização, recordemos o papa Francisco na Evangelii Gaudium: ‘Ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos. (…) Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela” (EG n.183)’, disse.
Devido à pandemia da Covid-19, a edição deste ano será online. Uma série de lives será realizada na semana que antecede o Grito dos(as) Excluídos(as) e, no dia 7 de setembro, um ato com lideranças, em Congonhas (MG), e uma missa vão marcar o data.
Para padre Geraldo esse novo formato do Grito é uma oportunidade da Igreja se superar, realizando um ato, virtualmente, com a mesma força e maior alcance do que se estivesse sendo presencial. “O formato virtual nos proporciona a inédita experiência da realização de uma semana de conscientização sobre o Grito, envolvendo as cinco regiões pastorais de nossa arquidiocese. Isso é algo totalmente novo e extremamente positivo. Temos, assim, a oportunidade não só de envolver mais pessoas como também a de oferecer às comunidades um aprofundamento destes temas que dizem respeito a todos. Estou convencido de que, se soubermos usar a nosso favor essas medidas que nos impedem de estar reunidos presencialmente em Congonhas no dia 7 de setembro, faremos ecoar mais longe o Grito dos Excluídos e de maneira tão intensa que tirará da comodidade os indiferentes e omissos, cúmplices da pobreza e da exclusão em nosso país”, finalizou.
Toda a programação do 26° Grito dos(as) Excluídos(as) será transmitida pelas redes sociais da arquidiocese. Confira a programação completa:
07 de setembro, dia do 26º Grito dos Excluídos