Falta um mês para o 26° Grito dos(as) Excluídos(as). O evento, que todos os anos é realizado na arquidiocese, terá sua primeira edição online e refletirá sobre o lema “Basta de miséria, preconceito e repressão! Queremos trabalho, terra, teto e participação!”.
“Este ano o Grito dos Excluídos será bastante atípico e desafiador, pois estamos enfrentando esta pandemia do coronavírus, com o isolamento social. Pela primeira vez na história teremos o grito sem a presença do povo, sem manifestação de rua. Os eventos serão todos de forma virtual”, explicou a representante da Dimensão Sociopolítica, Silene Gonçalves.
Ela destaca que o Grito dos Excluídos é sempre o espaço do debate, da reflexão do momento presente. “Nosso país está passando por um momento atípico, estamos vivendo uma crise dentro de outra crise. Ou seja uma crise sanitária dentro de uma enorme crise econômica e política, com ataques à democracia, aos direitos das minorias, sobretudo dos trabalhadores e trabalhadoras, sem falar no descaso e agressões a nossa mãe terra”, disse Silene.
Denúncia e o anúncio
Com dois eixos de trabalhos, o Grito pretende ser um espaço de denúncia e anúncio. “Como o ‘Basta de miséria, preconceito e repressão’, queremos refletir os maiores desafios enfrentados hoje em nosso país. O Brasil tem hoje mais de 13 milhões de pessoas em extrema pobreza. E esses números vem crescendo desde 2015, segundo os dados do IBGE. Além da miséria, da fome, do desemprego do descaso e abandono da saúde pública, cresce e agrava ainda mais a situação o preconceito e discriminação, preconceito racial, territorial e gênero”, disse.
A tríade terra, teto e trabalho, defendida pelo Papa Francisco, também faz parte das reflexões desta edição. “Queremos trabalho, terra, teto e participação! Conceitos sociais daquilo que é essencial para a sobrevivência humana. Acrescentamos a essa lista a participação como um direito fundamental na democracia. O povo trabalhador é quem constrói a riqueza desse país e precisa ser respeitado, ter seus direitos garantidos. Lutar por direitos é o que nos coloca de cabeça erguida nas ruas, nos conselhos de direitos, nas câmaras legislativas, nos tribunais, diante de autoridades políticas, econômicas, jurídicas. Lutar por direitos não é crime! Mas, é preciso também construir uma consciência de direitos, de classe trabalhadora, a partir de relações de vida, de solidariedade, de comunhão e equidade de valores humanos acima de tudo”, acrescentou Silene.
Programação
Na arquidiocese, a programação será marcada por uma série de lives na semana que antecede o Grito dos Excluídos, no dia 7 de setembro. Alguns vídeos convidando e refletindo sobre a temática principal também serão divulgados.
Confira a programação completa:
07 de setembro, dia do 26º Grito dos Excluídos