O Jubileu é uma das tradições mais marcantes da Igreja Católica, com raízes profundas na Sagrada Escritura. Inspirado pelo Livro do Levítico, onde se descreve o “ano do jubileu” como um tempo de perdão, justiça restauradora e renovação espiritual. Este evento é celebrado desde 1300, quando o Papa Bonifácio VIII instituiu o primeiro Ano Santo. Originalmente comemorado a cada 50 anos, sua periodicidade foi ajustada para 25 anos em 1400, tornando mais acessível a vivência desta experiência de graça para diferentes gerações.
No contexto bíblico, o jubileu era um período sagrado em que terras eram devolvidas, dívidas perdoadas e a igualdade social restaurada. Este princípio de justiça serviu como inspiração para a Igreja, que incorporou o jubileu como um tempo de reconciliação e renovação espiritual. A simbologia do número 50, alcançado após 7 ciclos de 7 anos, representa plenitude e santidade, um convite para reordenar a vida segundo a vontade divina.
Ao longo dos séculos, o Jubileu assumiu um papel central na espiritualidade cristã, convidando os fiéis à conversão, à prática da misericórdia e ao fortalecimento da fraternidade. Um dos momentos mais simbólicos deste evento é a abertura da Porta Santa, presente nas principais basílicas e santuários ao redor do mundo. Atravessá-la não é apenas um gesto físico, mas um símbolo profundo de abrir o coração para Cristo, reconhecendo-o como a verdadeira Porta para a salvação e a plenitude da vida.
O Jubileu de 2025 tem como pano de fundo as adversidades vividas nos últimos anos, especialmente a pandemia, que trouxe à humanidade desafios de solidão, medo e vulnerabilidade. Mais do que nunca, ele será um convite para que todos os cristãos renovem sua esperança em Cristo, que caminha conosco mesmo nos momentos mais difíceis, transformando lágrimas em sementes de fé.
Em sua essência, o Jubileu vai além de uma celebração litúrgica. Ele é um marco espiritual que convida à ação concreta: perdoar, cuidar dos necessitados, acolher os refugiados e preservar a criação. Inspirados por figuras como Santa Rita de Cássia, exemplo de fortaleza em meio às dificuldades, os fiéis são chamados a viver este tempo de graça com coragem e confiança.
Desde o primeiro Jubileu, em 1300, até os tempos modernos, a Igreja nos recorda que este não é apenas um momento de celebração, mas um compromisso de viver os valores do Evangelho. Cada Jubileu é uma oportunidade de redescobrir a presença viva de Cristo entre nós, um convite a caminhar como peregrinos da esperança, confiando que em Deus encontramos força, luz e renovação para nossas vidas. É isto que traduz A HISTÓRIA E A ESSÊNCIA DO JUBILEU.
Padre Paulo Dionê Quintão
Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia – Viçosa/MG