A ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) expressou sua solidariedade em oração ao Haiti e aprovou imediatamente um pacote de ajuda emergencial para o povo haitiano, após o devastador terremoto de magnitude 7,2 que atingiu a cidade de Les Cayes no sábado, 14 de agosto. Até o momento, um total de mais de 1.400 pessoas perderam suas vidas e pelo menos 6.000 ficaram feridas, de acordo com informações prévias da agência de proteção civil haitiana nesta manhã, segunda-feira, 16 de agosto.
“Depois de todos os conflitos políticos que o país vem sofrendo desde 2019 e apenas um mês após o assassinato do Presidente da República, Jovenel Moïse, no início de julho, em meio à onda de violência e sequestros que assola o país e ainda por cima das notícias que nos chegam de secas e falta de água que já colocaram a população rural em uma pobreza ainda mais profunda – além de tudo isso –, o terremoto de sábado submeteu milhares de famílias uma situação pior do que todas as outras. As pessoas estão em choque total”, comentou o presidente executivo da Fundação Pontifícia ACN, Thomas Heine-Geldern.
A ACN está em contato com a Igreja local nas dioceses mais gravemente afetadas, a fim de avaliar onde reside a maior necessidade imediata. Mais detalhes serão decididos nos próximos dias. “O terremoto, cujo epicentro foi a cerca de 160 km da capital, afetou principalmente o sul do país, especialmente as dioceses de Les Cayes, Anse-á-Veau e Jeremie. O terremoto interrompeu a única via de acesso a Jeremie, de modo que temos menos informações sobre esta parte da ilha. Mas sabemos que também foi gravemente afetado”, disse Heine-Geldern.
“Ao mesmo tempo, estamos aliviados em poder informar que nossos parceiros do projeto negaram certos rumores, como o que foi divulgado em alguns meios de comunicação de que o bispo de Les Cayes, o Cardeal Chibly Langlois foi gravemente ferido e enterrado sob os escombros. A casa do bispo em Les Cayes foi totalmente destruída, mas o próprio Cardeal conseguiu escapar a tempo”, afirmou Heine-Geldern.
“Temos consciência do grande esforço da Igreja para oferecer sinais de esperança às pessoas em sua situação desesperadora, depois de tantos desastres naturais e em meio à violência e à extrema pobreza. Portanto, neste momento difícil, não podemos abandonar esta Igreja, que luta para apoiar o seu povo. Além disso, estamos consternados com a notícia do furacão que se aproxima da costa. Pedimos a todos que orem pelo país, orem por todos aqueles que perderam seus entes queridos, aqueles que foram feridos e aqueles que perderam tudo. Que Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Padroeira e Protetora do Haiti, traga-lhes todo o apoio e consolo”, conclamou o presidente executivo da ACN.
Ao portal da CNBB, a Irmã Sueli Monteiro de Souza, da Congregação das Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, disse estar no momento tentando dirigir tudo o que ocorreu. “Foi tudo muito rápido, situação muito tensa. O terremoto atingiu toda a cidade. Muitas casas destruídas, pessoas feridas. Somos três comunidades cada uma em cidades diferentes, todas no Sul do País: Corail, Bellab é Abacou. Assumimos dois postos de saúde, pastoral, formação das jovens que desejam ser irmãs. Foi tudo muito rápido. Só vimos tudo tremer. Depois nos damos conta que era um terremoto”, disse.
“Gostaria de expressar minha proximidade àquelas queridas populações que foram duramente atingidas pelo terremoto. Ao elevar minhas orações ao Senhor pelas vítimas, dirijo minha palavra de encorajamento aos sobreviventes, na esperança de que a comunidade internacional demonstre um interesse comum por elas e que a solidariedade de todos possa aliviar as consequências da tragédia. Rezemos juntos a Nossa Senhora pelo Haiti: Ave Maria”, demonstrou a sua solidariedade o Papa Francisco durante o Angelus da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Veja mais aqui
“Estamos com vocês, somos todos Haiti!”: com este forte grito de encorajamento, a Igreja da América Latina e do Caribe expressa sua proximidade e solidariedade para com o Haiti. Em uma mensagem o CELAM (Conselho Episcopal Latino-americano), CLAR (Confederação Latino-americana de Religiosos), ICE (Confederação de Educação Católica Intra-Americana), CLAMOR (Rede Eclesial para Migrantes, Deslocados e Refugiados) e a Cáritas Continental lançaram um apelo para “apoiar o Haiti nesta hora de incerteza e dor” que se soma à “prolongada e complexa crise social, econômica e política que o país está vivendo”.
A ACN (Ajuda à Igreja que Sofre) é uma Fundação Pontifícia que auxilia a Igreja por meio de informações, orações e projetos de ajuda a pessoas ou grupos que sofrem perseguição e opressão religiosa e social ou que estejam em necessidade. Fundada no Natal de 1947, a ACN tornou-se uma Fundação Pontifícia da Igreja em 2011. Todos os anos, a instituição atende mais de 5.000 pedidos de ajuda de bispos e superiores religiosos em cerca de 140 países, incluindo: formação de seminaristas, impressão de Bíblias e literatura religiosa – incluindo a Bíblia da Criança da ACN com mais de 51 milhões de exemplares impressos em mais de 190 línguas; apoia padres e religiosos em missões e situações críticas; construção e restauração de igrejas e demais instalações eclesiais; programas religiosos de comunicação; e ajuda aos refugiados e vítimas de conflitos.
Texto: CNBB com informações da ACN e Vatican News
Fotos: Irmã Sueli Monteiro de Souza