Em preparação para o 28º Grito dos Excluídos e Excluídas, a equipe de organizadora do evento na Arquidiocese de Mariana se reuniu na última sexta-feira, 10 de junho, na casa de encontros da Basílica do Senhor Bom Jesus, em Congonhas (MG). A mobilização, que ocorre anualmente em 07 de setembro, tem como tema fixo “Vida em primeiro lugar” e, neste ano, discorrerá sobre o lema “Brasil: 200 anos de independência. Para quem?”.
Na reunião, além de oração e reflexão sobre a temática proposta para 2022, a equipe debateu também os planejamentos e organização para o grande dia. De acordo com a Representante Leiga da Dimensão Sociopolítica, Silene Gonçalves, existe grande expectativa. “A gente vem sonhando com esta sociedade do bem viver, nos colocando nesta luta pelo tema do grito que é a ‘Vida em primeiro lugar’”, comentou.
O Grito dos Excluídos e Excluídas tem como objetivo contrapor o grito da independência, questionar o atual sistema e representar a luta em busca de uma sociedade mais justa a todos os brasileiros. Para o Coordenador da Dimensão Sociopolítica, Padre Geraldo Martins Dias, é uma enorme alegria poder se juntar em favor dos direitos. “Estou muito animado de poder retomar uma prática que nos é muito cara que é reunir nossas lideranças, reunir nosso povo para, motivados pela fé, reivindicarmos os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, dos pobres e excluídos”, afirmou.
“Este ano, o Grito dos Excluídos acontece em uma data importante, porque vamos fazer memória dos 200 anos da independência do Brasil e nós queremos questionar justamente isso: que independência é essa em um país que ainda tem 60% da população em insegurança alimentar e mais de 30 milhões de pobres passando fome. Essa independência interessa a quem e ela atinge a quem?”, ponderou o sacerdote.
Para o Diretor do Sindicato de Metabase de Congonhas, Ivan Targino Luciano Filho, a reunião teve um caráter importante para a enteidade, para os trabalhadores de mineração e para todo o contexto social, econômico e político, além de ser importante também para toda classe trabalhadora e comunidade em geral. “Vamos, agora, ganhar corações e mentes e fazer um belo 07 de setembro e um belo Grito dos Excluídos”, disse.
Por sua vez, ao comentar sobre a temática proposta para a 28ª edição do evento, o Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Congonhas, Padre Geraldo Barbosa, afirmou que “é importante que nós busquemos sempre a verdadeira liberdade na perspectiva do Reino”. “200 anos de independência para quê e para quem?”, questionou, ressaltando o contexto de exploração, justiça e exclusão.
Já o integrante da Comunidade Missionária Emanuel, Kelvin Maicon Assis de Oliveira, que está participando pela primeira vez da organização do Grito dos Excluídos e Excluídas, colaborando com a parte de animação, comentou estar feliz com a oportunidade. “O canto também nos ajuda a rezar e refletir”, lembrou.
O encontro, que volta a acontecer presencial neste ano após às restrições de segurança devido à pandemia em 2020 e 2021, tem como objetivo, segundo a comissão organizadora nacional, motivar espaços de debates, refletindo sobre os 200 anos de exploração e resistência, pensando na comemoração da independência e indo contra a comemoração oficial, a fim de denunciar o atual sistema que produz riqueza e desigualdade social.
Foto: Equipe organizadora do 28º Grito dos Excluídos e Excluídas na Arquidiocese de Mariana