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Artesãos da paz diante da intolerância: Papa recebe Bispos de Minas Gerais e Espírito Santo

21 de outubro de 2022

Os Regionais Leste 2 e 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil estão em visita ad Limina no Vaticano e nesta quinta-feira, 20 de outubro puderam falar e ouvir o Santo Padre.

“Toca realmente no meu coração, na minha vida, todo seu exemplo de verdadeiro pastor. Eu creio que para nós, Bispos, seja uma grande lição para o nosso dia a dia, o grande esforço de vivermos o exemplo, o  testemunho que o Papa Francisco deixa para todos nós. Digo não só a nós Bispos, mas a todos os leigos, leigas e sacerdotes. O Papa muito nos ensina.”

De modo especial, Dom José Eudes pôde comemorar ao lado de Francisco seus 10 anos de ordenação episcopal: “Um grande incentivo para a missão”.

Sinodalidade e documentos papais foram citados na conversa. O Pontífice reafirmou a importância das quatro proximidades – com Deus, entre os pastores, com os sacerdotes e com os fiéis –, porque é ali que acontece a evangelização.

Houve espaço também para outros desafios para além da esfera eclesial. Segundo o bispo da diocese de Janaúba, Dom Roberto José da Silva, o Papa chamou à atenção para a terceira Guerra Mundial em pedaços – o que exige dos discípulos de Cristo um esforço para trabalhar pela paz.

“Retornando para o Brasil, trago muitas inquietações no coração a partir, sobretudo, deste encontro com o Papa. Mas também muitas esperanças, muitos projetos para conversar, discutir com as pessoas da minha diocese para levarmos a missão de Jesus Cristo adiante com a proclamação da Palavra, do Evangelho, que é sempre Evangelho de alegria, de esperança e de paz, sobretudo nesta hora de polarizações e de tanta intolerância que nós vivemos em nosso mundo. O Papa chamou à atenção para a terceira Guerra Mundial que acontece em pedaços, porque está acontecendo em diversas partes do mundo. Então temos que ser trabalhadores, artesãos da paz.”

Entre os presentes, os bispos mineiros ofereceram ao Pontífice uma férula, obra do jovem artista Júlio Quaresma. A aste principal foi feita de cedro, já a Cruz foi feita em bronze e metal dourado. “Um detalhe importante é que nesta Cruz resplandece a vitória de Cristo, um raionado atrás onde figuram pessoas de mãos dadas, formando uma rosácea atrás do Crucificado, um resplendor. Isso nos remete à Páscoa de Cristo por primeiro e a nossa união ao mistério pascal de Cristo”, explicou Dom Geovane Luís da Silva, auxiliar de Belo Horizonte. A rosácea é uma referência à encíclica Fratelli tutti e à sinodalidade, tema do Sínodo de 2023 e 2024.

Texto: Bianca Fraccalvieri

Foto: Vatican.Va

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