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ARTIGO: Ansiedade nos tempos atuais: um olhar de fé e esperança

17 de maio de 2025

Nos dias atuais, vivemos acelerados e conectados, muitas vezes, em excesso.  Notícias, redes sociais, crises econômicas e incertezas sobre o futuro geram medo e inquietação no coração das pessoas. É fácil pensar que ansiedade seja algo trivial ou sinal de falta de fé, mas essa ideia precisa ser desfeita. A ansiedade é real, e até mesmo cristãos fiéis podem senti-la. Não se trata de frescura ou de fraqueza. Pelo contrário, reconhecer a própria angústia é um ato de coragem e de honestidade consigo mesmo.

Jesus, que nos chamou para a confiança, sabia das preocupações humanas. Em Mateus 6,34, Ele nos ensina: “Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará suas próprias preocupações; basta a cada dia o seu próprio mal”. Essa palavra nos convida a viver um dia de cada vez, confiando que Deus cuida de nós, mesmo quando não vemos uma solução.

O apóstolo Paulo também lembra aos filipenses a apresentarem tudo a Deus em oração. Ele afirma: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E então a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fl 4,6-7). Essa promessa mostra que podemos levar nossos medos ao Senhor e, em oração, receber a paz que Ele dá, uma paz que acalma o coração e clareia a mente.

Os Salmos nos dão palavras de consolo diante da angústia. Quando sentirmos a ansiedade apertar, podemos lembrar do Salmo 94,19: “Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo trouxe alívio à minha alma”. Deus entende nossas lutas internas e oferece um abraço consolador nas horas difíceis. Ao entregarmos nossos caminhos a Ele, confiamos em Seu cuidado. Como diz o Salmo 37,5: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia n’Ele, e o mais Ele fará”. É necessário sentirmos essa presença que acalma.

Por fim, devemos lembrar que fé e cuidado pessoal caminham juntos. A Igreja é chamada a ter um olhar atento para quem sofre: ouvir com carinho, orar junto, oferecer apoio fraterno. E, quando for preciso, também incentivar a buscar ajuda profissional sem vergonha ou culpa. Psicólogos, médicos e outros especialistas podem ser instrumentos de Deus para restaurar nossa saúde interior. A terapia é muitas vezes um caminho de cura, assim como a oração. Não há contradição em cuidar da mente e do espírito ao mesmo tempo.

Deus não nos abandona nos momentos difíceis. Ele caminha conosco e oferece forças e esperança renovadas. Mesmo nas noites mais escuras, lembre-se: você não está sozinho. O amor do Pai, revelado em Jesus, nos lembra diariamente da Sua presença fiel. Com apoio da comunidade e confiança nas promessas bíblicas, podemos vencer a ansiedade e viver na paz que Deus nos dá a cada dia.

Vitória Souza, psicóloga
Paróquia N. Sra. da Conceição, em São Miguel do Anta (MG)

Imagem: FreePik

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