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ARTIGO: Festas Juninas

05 de junho de 2025

Neste Ano Santo da Redenção, como Peregrinos de Esperança, olhemos com ternura para aqueles santos que, com altos níveis de popularidade e uma persistência capaz de ultrapassar séculos, são festejados de geração em geração, recebendo a atenção até de perfis pouco afeitos à leveza que se possa dar à vida. Eles fazem a alegria das festas juninas.

SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA OU DE LISBOA: Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo nasceu em Portugal, em 15 de agosto de 1195. Martinho, seu pai, era prefeito de Lisboa. Sua mãe, Teresa, pertencia à alta nobreza. No lar, recebeu boa instrução moral, científica, religiosa e muito conforto. Aos poucos, percebeu que a vida de riqueza não lhe agradava e sentiu o chamado de Deus. Com apenas quinze anos, já estava no Mosteiro dos Cônegos de Santo Agostinho, onde fez o noviciado e passou a chamar-se Antônio. Transferiu-se para Coimbra, aos vinte anos, quando completou sua formação e foi ordenado presbítero. A passagem das relíquias dos cinco mártires mortos em Marrocos, fez-no ingressar na Ordem Franciscana. A saúde não lhe permitiu evangelizar em África, por isso foi para Pádua, onde morreu aos 36 anos, a 13 de junho de 1231. Recebeu os sacramentos e se despediu de todos, cantando o bendito: “Ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas…”. Depois, ergueu os olhos e disse: “Estou vendo o Senhor”. Canonizado a 13 de maio do ano seguinte, pelo Papa Gregório IX, em 1946 foi proclamado Doutor da Igreja, por Pio XII. Padroeiro dos pobres, “milagreiro”, “casamenteiro” e do Menino Jesus. Sobre o seu túmulo, em Pádua, foi construída uma Basílica.

SÃO JOÃO BATISTA: Filho de Zacarias e de Isabel, sabemos pelas palavras do Anjo Gabriel, que João, cujo nome significa “Deus é propício”, foi concebido quando seus pais já estavam em idade avançada. Já predito na Escritura como o precursor do Messias, João tinha o caráter forte de Elias. A sua missão, de fato, é semelhante “no espírito e no poder” àquela do profeta Elias, enviado para preparar “um povo perfeito” para o advento do Messias.

No ventre materno, João percebe a presença de Jesus “estremecendo de alegria” por ocasião da visita de Maria à prima Isabel. Enviado por Deus para “endireitar os caminhos do Senhor”, foi santificado pela graça divina antes mesmo que seus olhos se abrissem à luz. “Eis, diz Isabel a Maria, quando tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre.”

Conforme a cronologia sugerida pelo Anjo Gabriel – “este é o sexto mês para Isabel” – o nascimento do precursor foi fixado pela Igreja latina três meses após a Anunciação e seis meses antes do Natal. Além do nascimento de Jesus e de Maria, somente a natividade do Batista é celebrada pela liturgia. Ele é o último Profeta e o primeiro Apóstolo, enquanto precede o Messias e lhe dá testemunho. “É mais que profeta, disse Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de Ti.”

SÃO PEDRO E SÃO PAULO: somos todos chamados a mirar no esplendoroso exemplo dos Apóstolos Pedro e Paulo. Lembram a Fé e a Evangelização. Sua festa litúrgica ocorre a 29 de junho, data do martírio de ambos, por volta do ano 67.

No prefácio da Missa própria de sua memória, encontramos a síntese da missão que abraçaram: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual veneração”. Eles nos fazem pensar numa Comunidade Cristã forte na fé, pois solidificada em Pedro, rocha sobre a qual Cristo edificou sua Igreja, e firme no anúncio, tendo em Paulo, arauto do Evangelho às nações, o fogo que destrói a preguiça missionária.

Com Paulo, de todos os povos, um dia haveremos de dizer: “combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2 Tm 4, 7). No diapasão da Rocha sobre quem Cristo construiu Sua Igreja, prosseguiremos afinados com a essência da fé: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16). Nosso olhar sereno e profundo para estas biografias nos ajuda a descobrir a razão do entusiasmo das FESTAS JUNINAS.

Pe. Paulo Dionê Quintão
Pároco e Reitor da Paróquia e Santuário Santa Rita de Cássia, em Viçosa (MG)

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