A vida e profecia do servo de Deus Dom Luciano Mendes foi lembrada em uma romaria na manhã deste domingo (29). Carregando cruzes, faixas e cartazes, centenas de pessoas caminharam pelo Centro de Barão de Cocais nesta romaria de fé e luta.
“Essa é a segunda romaria Dom Luciano pela Vida na nossa arquidiocese de Mariana. Romaria é caminhar com fé. É ir ao encontro. É sair. Queremos ir ao encontro do Senhor a partir dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres, dos mais excluídos e necessitados. Que Deus nos dê um coração capaz de amar e servir, como foi o coração de Dom Luciano, para fazermos o bem, para lutarmos por justiça e paz. Para servirmos os irmãos e irmãs, para lutarmos pelos mais necessitados, para defendermos a natureza, para estarmos à serviço da vida. Dom Luciano vive, na luta do povo”, disse o assessor arquidiocesano da Dimensão Sociopolítica, padre Marcelo Santiago. Ele acrescentou que o compromisso das pessoas deve ser com a vida. “A vida em primeiro lugar. As cruzes que vocês vão levar pelas ruas de Barão de Cocais, vocês irão levar para a suas comunidades e vão dizer que trouxeram um presente, um sinal da vida, do amor e da libertação”.
Ao longo do caminho, os participantes tiveram a oportunidade de fazer uma memória profética da vida e dos serviços prestados na Arquidiocese de Mariana por Dom Luciano ao longo de seu pastoreio. As margens do rio São João, as Regiões Centro e Oeste conduziram uma reflexão sobre a Casa Comum e o meio ambiente. O momento foi uma oportunidade para contemplar a natureza, observar os cartazes e olhar para dentro de si.
“Momento de integração entre a sociedade do bem viver. Refletindo sobre a natureza e sobre quem foi Dom Luciano, tivemos a oportunidade de contemplar a criação”, sublinhou Sandra de Assis da Região Oeste. Ela também convidou todos a fazerem deste momento um instante de oração.
A terceira parada foi realizada na praça principal da cidade e a Região Leste foi a responsável pela reflexão. Neste momento, as políticas públicas e o compromisso com os pobres foram o foco das falas.
Durante o percurso, os romeiros foram convidados a partilhar de dois em dois sobre as principais lembranças que tinham de Dom Luciano. Segundo Nícia da Silva, da Pastoral Afro, sua primeira lembrança ao ver Dom Luciano ainda está viva em seu coração. “Eu trabalhava no escritório paroquial da paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete, quando conheci Dom Luciano. Era a primeira visita dele na paróquia, estávamos todos ansiosos esperando por ele. Eu fiquei na secretaria, ele entrou por lá e veio na minha direção. Foi um momento muito especial, eu admirava muito o trabalho dele. Era a figura de um profeta, todas as vezes que eu encontrei com ele foram momentos muitos especiais. O papel do santo que eu tenho é o papel dele. Que foi humano, sempre esteve no meio do povo, era um servo de Deus no nosso meio”, disse.
O coordenador da Pastoral Familiar na Região Sul, Jorge Agnair, afirma que Dom Luciano era uma pessoa totalmente espiritualizada. “Aquela que em todo momento chegava e pergunta ‘em que posso te ajudar?’. Ele sempre se colocava à disposição, ao serviço. Ele sempre estava disposto a nos ouvir, sempre paciente. Sempre carinhoso, um carinho semelhante ao carinho de mãe. Ele transmitia muita paz, sempre com palavras de sabedoria”, sublinhou.
Para Sandra, a Romaria foi um momento simples, orante e profético. “Celebramos a memória de uma pessoa que foi um grande marco em nossa arquidiocese. Senti que foi um tempo de conversar, rezar e fazer memória sobre quem foi Dom Luciano e sobre os ensinamentos que ele nos deixou e vão perpassando a luta, a caminhada e nos ajudando a ficar cada dia mais conscientes do que Jesus Cristo quer, do que a Igreja nos pede. É forte dizer que Dom Luciano vive na luta do povo. Em cada luta nossa, cada dedicação, só tem sentido se for por uma causa maior, se for para o reino de Deus”, afirmou.
A Romaria Dom Luciano pela Vida foi encerrada no Ginásio Poliesportivo da cidade, onde o arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, presidiu a celebração de encerramento do 7° Fórum Social pela Vida.