II Fórum da Pastoral da Criança e do Menor: um marco na Arquidiocese de Mariana
Carta Compromisso
Sob o tema “A Identidade da Pastoral do Menor” e com o lema “ide às crianças, aos adolescentes e suas famílias”, o II Fórum da Pastoral da Criança e do Menor da Arquidiocese de Mariana, foi realizado no Santuário de Nossa Senhora das Graças em Urucânia-MG, nos dias 11 a 13 de novembro de 2016. O grandioso e ao mesmo tempo humilde encontro teve como objetivos refletir e discutir sobre a identidade da Pastoral do Menor e comemorar os 10 anos do falecimento de Dom Luciano Mendes de Almeida.
Com uma eficaz organização e impecável acolhida, o Fórum teve início com a composição da mesa coordenadora, seguindo-se a apresentação dos representantes das cinco regiões pastorais da Arquidiocese, que explanaram sobre os trabalhos que vêm desenvolvendo. Alegramo-nos, imensamente, também, com a presença de agentes da Pastoral do Menor de outras dioceses: Juiz de Fora, Teófilo Otoni, Belo Horizonte e Vitória-ES.
O Fórum contou com cerca de 150 agentes e outros participantes que debateram importantes temas junto aos prelecionistas Padre Darci, que fez intensa menção ao “Ministério de Dom Luciano”; Padre Marcelo Santiago; Padre Geraldo Martins; Irmão Mesquita; Marilene Cruz e Dom Geraldo Lyrio Rocha. A riqueza dos debates engrandeceu as reflexões pautadas nas bem elaboradas palestras que se complementaram ao longo do Encontro, contando com a presença ativa do nosso Arcebispo Dom Geraldo nos três dias de trabalhos.
A partir dos encontros, permeados de estudos, foi possível conhecer e resgatar a história da Pastoral da Criança e do Menor no Brasil, responder – enquanto Igreja particular de Mariana – as seguintes questões: ‘O que é Pastoral da Criança?’ e ‘O que é Pastoral do Menor?’, além de apresentar e ampliar conhecimentos sobre a atuação da Igreja e dos participantes, enriquecer e orientar os agentes na condução dos trabalhos, evidenciando-se o trabalho de Dom Luciano e a importância de toda a sua obra. As homenagens pontuaram os significados da ‘vida plena’desse precursor da Pastoral do Menor, tanto nos discursos quanto na Celebração Eucarística de encerramento, quando Dom Geraldo sublimou o 10º. aniversário de falecimento do exemplar servo de Deus, a serviço das crianças e dos menores, principalmente.
Todos os participantes se envolveram nas Oficinas que procuraram explicitar os traços que caracterizam o “rosto da Pastoral da Criança e do Menor” conforme descrito a seguir.
IDENTIDADE DA PASTORAL DO MENOR: A visão da Pastoral da Criança e do Menor, compreendida como ação articulada da Igreja, junto à sociedade, na defesa dos direitos da criança e do adolescente, estampa, de certo modo, o rosto de Cristo solidário e sofredor. O sofrimento é característica das crianças e dos adolescentes desfavorecidos e em situação de vulnerabilidade social. Essa situação leva os menores do Reino a considerar a Pastoral da Criança e do Menor como uma casa acolhedora, fundada nos valores do amor ao próximo, do bem comum, da determinação, da coragem, da força impulsionadora, da persistência, sendo defensora da sua vida, dignidade e de suas famílias. A Pastoral do Menor, o “sonho que Dom Luciano sonhou”, vem se concretizando em um trabalho da Igreja em prol de uma ação transformadora. Ainda que haja uma distância da sonhada vida plena nas comunidades, muita luz tem sido irradiada pelos agentes, que buscam melhor formação, estudos, encontros e participação em trabalhos diversos. Apesar de todos os avanços, ainda constatamos algumas situações que demonstram indefinição do rosto da Pastoral da Criança e do Menor. É um processo em construção. Nesse processo, muitos padres apoiam, embora outros ainda não estejam sensibilizados com a causa. Sem dúvida, a boa vontade e o apoio, junto às famílias, às crianças e aos menores, vem contribuindo para que a identidade seja bem formada e apresentada como fazer comunitário e efetivo.
PROPOSTAS DAS OFICINAS DO II FÓRUM DA PASTORAL DA CRIANÇA E DO MENOR DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA
Oficina “Centros Comunitários”:
Implantar Centros Comunitários com parcerias e trabalhos voluntários com a mística da Pastoral da Criança e do Menor. Observação: Criar uma normativa da Arquidiocese de Mariana, estabelecendo diretrizes e princípios que garantam a identidade tanto da Pastoral da Criança como da Pastoral do Menor.
Oficina “Fórum Intermunicipal de Políticas Públicas destinadas a Crianças e Adolescentes”:
Implantar o Fórum Intermunicipal de Políticas Públicas em prol de crianças e adolescentes nas Comarcas existentes no território da Arquidiocese de Mariana.
Oficina“Trabalho Social com as Famílias”
Organizar uma equipe de multiplicadores dos agentes de pastoral, garantindo a sua formação técnica.
Oficina “Protagonismo Juvenil”
Ampliar a experiência da Escola de Cidadania nos bairros e comunidades que ainda não conhecem o trabalho e reativá-la nos locais em que já existiu, divulgando-a mais, visando estabelecer vínculos com a comunidade, resgatar práticas da Pastoral do Menor que foram positivas, no espaço de acolhida e convivência.
Oficina “Medidas Socioeducativas”
Participar ativamente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e buscar um diagnóstico de atos infracionais nos municípios e, a partir deste, atuar junto à rede da elaboração do Plano Decenal de Atendimento das Medidas Socioeducativas.
Oficina “Mística”
Realizar, ao longo do ano de 2017, quatro encontros de estudos aprofundados do tema “Mística da Pastoral da Criança e do Menor” em três dias (sexta, sábado e domingo), sendo dois encontros no primeiro semestre e dois no segundo semestre. Organização: Grupo 1: regiões Centro e Norte; Grupo 2: Região Leste; Grupo 3: Região Sul; Grupo 4: Região Oeste.
O encerramento do Fórum ocorreu com a celebração eucarística presidida por Dom Geraldo Lyrio Rocha, concelebrada pelo Padre Dario e Padre Anchieta. Ao término da celebração, foi feita a leitura da Carta ao Povo de Deus da Arquidiocese de Mariana, em solidariedade aos atingidos pelo desastre causado pelo rompimento de barragem da mineradora Samarco, em Mariana.
Não há dúvidas de que todos os participantes tiveram, a partir do Fórum, um novo propósito e uma grande renovação das forças que orientam as ações das nossas comunidades para transformação da sociedade, visando cuidar mais e melhor da criança e do menor, junto às famílias.