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, 19 de abril de 2025

Com sua cruz pesada nas costas, Jesus encontra com sua Mãe Santíssima, na terça-feira Santa

17 de abril de 2025 Arquidiocese

Na Terça-feira Santa, dia 15 de abril, a Praça Minas Gerais, em Mariana (MG), foi o local em que Jesus, com sua pesada cruz nas costas, encontra-se com sua Mãe Santíssima.

As celebrações iniciaram-se com uma Missa na Capela de São Vicente, seguida da procissão de Nossa Senhora da Dores; e outra Missa na Igreja do Rosário, local em que saiu a procissão do Senhor dos Passos em direção à Praça Minas Gerais.

Nossa Senhora da Dores vem, com sua espada de dor transpassada em seu coração, e o Senhor dos Passos também, com sua cruz pesada nas costas, carregando o peso de todos os pecados da humanidade, sendo torturado o tempo todo pelos seus algozes.

Um sofrimento intenso para salvar todo povo de seus pecados e dar-lhes a salvação eterna. Um amor incondicional, incompreendido pelos que detêm o poder da época.

A procissão segue em clima de oração e de reflexão, de forma piedosa, seguindo os passos de Jesus e de Maria. Ao chegar à Praça Minas Gerais, Maria Santíssima encontra seu filho naquele estado de dor e seu coração de mãe se compadece diante de tanto sofrimento.

No local, o Sermão do encontro é proferido pelo bispo da Diocese de São João Del Rei e filho da Arquidiocese de Mariana, Dom José Eudes Campos do Nascimento.

“Estamos aqui nesta noite para falar em tom altivo e claro que o único caminho, é o caminho do Senhor Jesus”, assim, Dom José Eudes iniciou o Sermão diante de dezenas de pessoas e sob a lua cheia, que brilhava no céu.

Perante as Igrejas de São Francisco de Assis e de Nossa Senhora do Carmo, o Bispo ressalta que é preciso estar atento às ilusões da vida. É preciso buscar as realizações pessoal e profissional através do caminho de Deus, para que não encontre “caminhos sujos e lameados de pecado, pois muitas vezes às conquistas aparecem com o triste odor do engano e com a terrível aparência da ilusão e da inveja”.

Em seu discurso, ele relembra o trágico episódio entre os irmão Caim e Abel. Afirma que Caim, cheio de inveja e cobiça, “desfere contra seu irmão o golpe da violência e da morte”. Um caminho escolhido pelo inimigo de Deus e que não pode ser o mesmo do ser humano.

Contudo, “muitas vezes somos nós que matamos nossos irmãos e irmãs com o triste golpe da inveja, continuamos a produzir o desencontro que gera a morte da dignidade de tantos semelhantes nossos, que recebem uma condenação cruel por causa de nossa mesquinha ganância. O desejo do ter e do poder continua a ser causa dos desencontros mais dolorosos da humanidade”, destaca o bispo.

O prelado traz a memória, também, da triste atitude do povo que foi liberto do Egito e que fizeram um ícone para ser adorado. Uma idolatria para satisfazer as próprias vontades humanas e não as de Deus. Há uma avareza explícita no ser humano e, por isso, “orai e vigiai” as atitudes, para que isso não ocorra mais consigo.

Não se pode criar ídolos e se afastar de Deus. É preciso estar atentos e vigilantes para ir ao encontro de Cristo, assim como Maria fez, piedosamente, sem trocar o verdadeiro Deus por algo sem vida como fez os israelitas.

Dom José Eudes evidencia também outros tantos desencontros com Deus, como a traição, a cobiça, o rancor, a raiva etc. “Que esse momento de fé, que agora celebramos não seja apenas mais uma liturgia que se repete ano a ano, com olhares bisbilhoteiros nas janelas da história, mas que seja uma oportunidade única e concreta de me encontrar com Cristo, que tanto sofreu pelos meus desencontros”, evidencia.

Ao final, ele recorda o falecimento de Dom Geraldo de Souza Rodrigues, Bispo da Diocese de Januária e, também, filho da Arquidiocese de Mariana, que faleceu dia 13 de abril, no Domingo de Ramos, bem como o seu pastoreiro, como discípulo de Cristo.

“Com coragem, brandura, cativando, abençoando, pregando, rezando, estendendo a mão e sempre acolhendo a cada irmão com seu jeito humilde e simples. Foi num domingo da Semana Santa que fostes chamado para o encontro verdadeiro com o Pai, que é misericórdia, bondade e ternura, e nesse encontro está Nossa Senhora das Dores, padroeira da Diocese de Januária”, finaliza Dom José Eudes.

Concluindo a cerimônia, a Verônica com seu canto, chama a todos para ver tamanha dor e sofrimento de um homem que só transmitiu e ensinou o amor.

“Ó vós  todos que passais pelos caminhos, parai e vede, se existe dor tão grande quanto a minha dor. Parai e vede, se existe dor tão grande quanto a minha dor”.

Após a procissão do Senhor dos Passos com sua Mãe Santíssima e já dentro da Catedral da Sé, o Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, dá a benção final com o Santo Lenho.

Texto: Dacom/Arquidiocese de Mariana
Fotos: João Henrique do Nascimento e Carolina Costa

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