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Comissão incorpora ao texto do tema central da 58º Assembleia Geral as sugestões enviadas pelos bispos

06 de março de 2020 Igreja no Brasil

A Comissão do tema central da 58ª Assembleia Geral reuniu-se na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nesta quinta-feira, 5 de março, com a missão de incorporar ao texto as cerca de 196 sugestões de emendas enviadas pelo episcopado brasileiro. Até então, o texto, composto por cinco capítulos, recebeu provisoriamente o nome de “Casas da Palavra – Animação bíblica da vida e da pastoral nas comunidades eclesiais missionárias”.

O tema central da 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), aprovado pelo Conselho Permanente da entidade, estará relacionado ao primeiro pilar proposto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), Documento 109 da CNBB: a Palavra de Deus.

A primeira impressão, segundo o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, é de que a proposta do texto foi muito bem recebida. Segundo dom Joel, trata-se de um texto que ajudará a que a Palavra de Deus esteja ainda mais na mão de pessoas e comunidades para anunciar o mistério de Cristo.

Dom Joel reforça que é bem significativo o número de emendas recebidas. “A totalidade das emendas é de sugestões de redação, seja exclusão, inserção, seja mudança e melhora de texto. Nós não recebemos emendas que indicassem alteração no ritmo do texto”, disse.

A Comissão está aproveitando todas as emendas, inclusive até mesmo sistematizando e integrando-as em um mesmo parágrafo. “Às vezes um bispo dá uma sugestão no início do parágrafo outro bispo dá uma sugestão no fim do mesmo parágrafo. Não é apenas aceitar e rejeitar mas perceber como aproveitar as emendas da melhor forma possível”, disse dom Joel.

O bispo reforça que é preciso aprimorar e aprender a exercitar, no processo de produção do texto, aquilo que chamamos de “magistério pastoral dos bispos”. A ideia, segundo o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Amado, é refletir sobre como fazer com que a Palavra de Deus chegue às pessoas interpelando-as a pensar ações em três dimensões – pessoal, social e ecológica.

Processo de tecitura do texto

Uma primeira versão do texto do tema central surgiu a partir das indicações do Conselho Permanente e também contribuições produzidas pelos assessores das comissões pastorais da CNBB.

O secretário-geral ressalta que, conforme já divulgado, o texto tem um objetivo pastoral de ajudar as comunidades a implementar o que em sua avaliação é a grande e única prioridade das diretrizes: “as Comunidades Eclesiais Missionárias”. A grande pergunta a ser respondida, segundo dom Joel, é como vamos fazer isto com foco no primeiro pilar das DGAE: o pilar da Palavra.

Segundo o secretário-geral da CNBB, o texto tem um caráter mais pastoral e menos teórico, “porque a importância da Palavra de Deus já está mais do que clara desde a constituição Dei Verbum, do Concílio Vaticano II. Nós temos a exortação apostólica Verbum Domini, que é a mais recente, então nesse horizonte ainda tem uma série de documentos da CNBB, como o 108, sobre o ministério da Palavra”.

“Assumimos o que foi indicado pelo Conselho Permanente de ser um texto menor, mais objetivo e com a preocupação não tanto de descrever princípios, o que já está feito em vários documentos da CNBB, mas indicar pistas para concretizar o pilar da Palavra”, finalizou.

O próximo passo, informa o secretário-geral, será enviar o texto, mais uma vez, aos bispos e dioceses para que tenham ainda um tempo para outra reação. As novas sugestões serão recolhidas novamente pela Comissão do tema central da 58ª Assembleia Geral que se encontrará mais uma vez para sistematizar a versão final do texto que será apresentado para aprovação do episcopado brasileiro.

A expectativa da Comissão é que a Palavra de Deus esteja ainda mais na mão de pessoas e comunidades a serviço da transmissão da fé e da transformação do mundo na direção do Reino de Deus. “A Palavra de Deus é um tesouro que nós temos, mas às vezes não usamos muito”, conclui dom Joel.

Fonte: CNBB