Neste domingo, 21 de novembro, Solenidade de Cristo Rei, celebra-se também o Dia do Leigo. Confira a mensagem preparada pelo Conselho do Laicato da Arquidiocese de Mariana (CLAM) para a data.
MENSAGEM AO LAICATO DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA
“Quando Jesus percebeu que queriam levá-lo para proclamá-lo rei, retirou-se sozinho para o monte” (Jo 6,15)
Irmãs e irmãos muito queridos;
Paz e bem!
É com sentimento de profunda gratidão que me dirijo a vocês por ocasião do Dia do Laicato.
Quero dizer que tenho muito orgulho de vocês. Muito carinho e admiração também. Vocês fazem a diferença em nossa Igreja de Mariana. São de fato a força evangelizadora, transformadora e pastoral da nossa Arquidiocese.
Ao falar isto, tenho em mente o Conselho do Laicato, nossas coordenações, lideranças, agentes, catequistas, membros dos movimentos em defesa da vida, irmãs e irmãos engajados na política, bem como uma multidão de pessoas que não aparecem, muitas vezes anônimas ou escondidas, que, sem fazer alarde, são fermento que faz crescer e sal que torna a vida mais saudável e gostosa de se viver.
Vejam que feliz coincidência: iniciamos a comemoração desta data no Dia da Consciência Negra e vamos encerrá-la já no clima da nossa grande Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe. É para lembrar nosso compromisso com as grandes causas do Reino e com a verdadeira comunhão.
Além de lhes falar do nosso reconhecimento e da profunda gratidão pelo que são, em primeiro lugar, mas também pelo que fazem, minha mensagem traz também um pedido. Que tenhamos como meta compreender melhor, procurar viver, e anunciar o que significa realmente o reinado de Jesus.
Não tenho a pretensão de possuir a verdade, mas me inspiro naquele que mais falou do seu Reino e associa sua missão de rei a testemunhar a Verdade.
Em primeiro lugar, dá pra perceber que Jesus fala muito de Reino, mas não gosta desta ideia de ser rei. É o que vimos na citação acima. Ele foge. E no diálogo dele com Pilatos, que a Igreja traz nesta Solenidade para nossa reflexão, ele “enrola” o quanto pode pra responder se é rei, e vai deixar claro que não tem nada a ver com os reinos que conhecemos.
Nas parábolas para ajudar a entender a ideia de Reino, nunca falou de palácio, trono, cetro, mantos, exército. Mas fala de festa de casamento, celebração do amor, música, dança, comida… Fala de plantação e semeadura, quando se lançam sementes de coisas boas que crescem, florescem, dão frutos, alimentam, curam… Fala de rede que se lança para envolver a todos sem distinção, trazer para perto, puxar o outro para o próprio coração… Fala de tesouro precioso pelo qual vale a pena renunciar muita coisa… etc. etc. etc.
E quando diz que virá como Rei para julgar mostra claramente com quem se identifica: doentes, presos, migrantes, famintos, sedentos e excluídos (cf. Mt 25,31ss). Este é o nosso Rei. Este é o seu reinado.
Vamos ajudar nosso povo e a própria Igreja a apagar essas imagens de um Jesus embranquecido e elitizado, sentado em trono, com mantos e cetro. Vamos divulgar mais a imagem do pastor, do lavador de pés, daquele que se identifica com as vítimas da sociedade.
Que jamais a festa de Cristo Rei seja pretexto para alimentar o ‘reizinho’ que muitas vezes carregamos na barriga, mas seja o óleo que venha alimentar a chama bonita do amor e do serviço que Jesus acendeu em nosso coração no dia do nosso batismo.
Barão de Cocais, 20 de novembro de 2021.
Pe. José Antonio de Oliveira
BAIXE AQUI O PDF DA MENSAGEM AO LAICATO DA ARQUIDIOCESE DE MARIANA
Foto: Reprodução do Conselho Nacional do Laicato no Brasil