A “mãe de todas as vigílias” foi presidida na Basílica de São Pedro pelo decano do Colégio Cardinalício, card. Giovanni Battista Re.
Tradicionalmente, a celebração tem início com o rito do lucernário, composto pela bênção do fogo e a preparação do círio. O celebrante incide sobre a vela uma cruz, com a primeira e a última letra do alfabeto grego, o Álfa e o Ômega, e com os números do ano corrente. Com o círio aceso, começa a procissão com as velas dos fiéis iluminando a Basílica.
O cardeal Re leu a homilia que o Papa Francisco preparou para a ocasião, em que reflete sobre o significado da Vigília Pascal. Esta celebração recorda que a luz da Ressurreição ilumina o caminho pouco a pouco, irrompendo na escuridão da história sem alarde, brilhando discretamente nos nossos corações. A ela, corresponde uma fé humilde, desprovida de qualquer triunfalismo.
“A Páscoa do Senhor não é um acontecimento espetacular com o qual Deus se impõe a si mesmo e nos obriga a acreditar Nele; não é uma meta que Jesus alcança por um caminho fácil, contornando o Calvário; e nós tampouco podemos vivê-la de maneira despreocupada e sem hesitação interior”, escreve. Pelo contrário, a Ressurreição é semelhante a pequenos feixes de luz.”
Este “estilo” de Deus, afirma o Papa, nos liberta de uma religiosidade abstrata, iludida ao pensar que a ressurreição do Senhor resolve tudo de um modo mágico. Pelo contrário: não podemos celebrar a Páscoa sem continuar a enfrentar as noites que trazemos no coração e as sombras de morte que muitas vezes pairam sobre o mundo.